“Chuveirinho” é plano ineficaz
AFLIÇÃO Dragões queimam etapas com a pressa de emendar um mau resultado, mas só por duas vezes evitaram a perda de pontos
Receção aos sadinos foi o sexto encontro esta época em que o FC Porto mais “despejou” bolas para a área
Entre cruzamentos, livres laterais e cantos, portistas meteram 76 bolas na área do V. Setúbal em dois jogos e só uma acabou na baliza. Das 22 bombardeadas após o golo de João Carvalho, nem uma surtiu efeito
A pressa revela-se inimiga da perfeição para o FC Porto que, na ânsia de emendar um resultado que não lhe convém, tem recorrido a uma estratégia que, esta temporada, poucos efeitos práticos tem produzido. Os dois jogos com o V. Setúbal são um bom exemplo da ineficácia do chamado “chuveirinho”, uma vez que, em 76 bolas metidas na área sadina pelos portistas, só uma acabou no interior da baliza de Bruno Varela. E esta (domingo, por Corona) ainda numa fase prematura do encontro. Depois de João Carvalho ter marcado o golo do empate, a equipa de Nuno Espírito Santo ainda colocou 22 bolas na área através de cruzamentos, livres laterais ou cantos, mas nem uma surtiu efeito. Nem com a entrada do “gigante” Depoitre para os últimos minutos.
As receções ao Estoril (segunda jornada) e ao Chaves (14.ª jornada) foram os únicos encontros em que o FC Porto evitou a perda de pontos com esta estratégia. No primeiro, foi André Silva quem desviou para o fundo da baliza um cruzamento tirado da esquerda por Miguel Layún (1-0): no segundo, foi Alex Telles que, a partir do flanco canhoto, centrou para Depoitre bater de cabeça António Filipe (1-1), iniciando a reviravolta que Danilo viria a consumar mais tarde com um míssil de fora da área. Com o Braga, por exemplo, os azuis e brancos “despejaram” 40 bolas para a área na tentativa de desfazer o empate e o golo da vitória, da autoria de Rui Pedro, acabaria por surgir na sequência de uma recuperação de bola de Diogo Jota e uma desmarcação do jovem de Castelo de Paiva pela zona central. Foi a cabeça a prevalecer sobre o coração...