O Jogo

“Chuveirinh­o” é plano ineficaz

AFLIÇÃO Dragões queimam etapas com a pressa de emendar um mau resultado, mas só por duas vezes evitaram a perda de pontos

- BRUNO FILIPE MONTEIRO

Receção aos sadinos foi o sexto encontro esta época em que o FC Porto mais “despejou” bolas para a área

Entre cruzamento­s, livres laterais e cantos, portistas meteram 76 bolas na área do V. Setúbal em dois jogos e só uma acabou na baliza. Das 22 bombardead­as após o golo de João Carvalho, nem uma surtiu efeito

A pressa revela-se inimiga da perfeição para o FC Porto que, na ânsia de emendar um resultado que não lhe convém, tem recorrido a uma estratégia que, esta temporada, poucos efeitos práticos tem produzido. Os dois jogos com o V. Setúbal são um bom exemplo da ineficácia do chamado “chuveirinh­o”, uma vez que, em 76 bolas metidas na área sadina pelos portistas, só uma acabou no interior da baliza de Bruno Varela. E esta (domingo, por Corona) ainda numa fase prematura do encontro. Depois de João Carvalho ter marcado o golo do empate, a equipa de Nuno Espírito Santo ainda colocou 22 bolas na área através de cruzamento­s, livres laterais ou cantos, mas nem uma surtiu efeito. Nem com a entrada do “gigante” Depoitre para os últimos minutos.

As receções ao Estoril (segunda jornada) e ao Chaves (14.ª jornada) foram os únicos encontros em que o FC Porto evitou a perda de pontos com esta estratégia. No primeiro, foi André Silva quem desviou para o fundo da baliza um cruzamento tirado da esquerda por Miguel Layún (1-0): no segundo, foi Alex Telles que, a partir do flanco canhoto, centrou para Depoitre bater de cabeça António Filipe (1-1), iniciando a reviravolt­a que Danilo viria a consumar mais tarde com um míssil de fora da área. Com o Braga, por exemplo, os azuis e brancos “despejaram” 40 bolas para a área na tentativa de desfazer o empate e o golo da vitória, da autoria de Rui Pedro, acabaria por surgir na sequência de uma recuperaçã­o de bola de Diogo Jota e uma desmarcaçã­o do jovem de Castelo de Paiva pela zona central. Foi a cabeça a prevalecer sobre o coração...

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Depoitre foi aposta para o jogo aéreo

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