O Jogo

ROTAÇÃO NAS ALAS É DILEMA

“Excesso prejudica a equipa”, comenta Manuel José

- PEDRO MIGUEL AZEVEDO BRUNO ANDRADE

A O JOGO, o técnico Manuel José diz que “a excessiva rotativida­de nas alas prejudica a equipa” do Benfica, que tem apresentad­o “um jogo exterior de produção bastante baixa” em relação à época passada

No clássico disputado no sábado frente ao FC Porto, Rui Vitória apostou em Salvio e Rafa como farpas ofensivas para tentar flanquear o bloco defensivo dos dragões, naquela que foi a nona combinação de extremos desta época no Benfica. A fórmula já havia sido aplicada pelo técnico, com bons resultados, no triunfo caseiro frente ao Sporting (2-1) e foi agora repetida, embora com menor sucesso, pelo menos olhando para o resultado. A rotativida­de nas alas ofensivas tem sido, de resto, prática comum de Rui Vitória nas 27 jornadas disputadas neste campeonato e é maior do que a vista em 2015/16. Aí, e em período homólogo, o treinador dos encarnados apenas ensaiara sete diferentes combinaçõe­s de extremos, sendo ainda que três delas não se repetiram mais do que duas vezes. Na altura, a dupla de extremos mais usada foi Gaitán/Pizzi (oito vezes titulares em simultâneo na I Liga). Sem o argentino, que rumou ao Atlético de Madrid, tem sido Salvio o elemento mais presente, tendo tido como parceiros preferenci­ais nas extremas Cervi (sete vezes) e Zivkovic (cinco), numa dança onde Pizzi, Rafa e Carrillo também já entraram. Esta época, as águias têm 57 golos quando, em 2015/16 pela mesma altura, já levavam 71, ou seja, menos 14. Em pontos, as águias somam também menos dois do que há um ano. Para o ex-técnico e comentador, Manuel José, a falta de estabilida­de nos alas não tem sido benéfica. “Gaitán era um extremo de maior consistênc­ia. O Benfica tem tido

“Rafa é o maior desequilib­rador do plantel, dá verticalid­ade ao jogo e, às vezes, nem nos 18 entra”

Manuel José

Ex-treinador

um jogo exterior de produção bastante baixa e o excesso de rotativida­de nas alas prejudica a confiança e a criação de rotinas”, analisa em declaraçõe­s a O JOGO. O ex-treinador entende, ainda, que “esta instabilid­ade tem gerado menor rendimento dos alas e é um dos pontos fracos do Benfica atual”, com custos refletidos na criação ofensiva da equipa, que serve em piores condições a dupla de avançados. A presença mais regular de Rafa no onze, em detrimento de Salvio, é vista como essencial para os encarnados serem mais acutilante­s. “Rafa é o maior desequilib­rador do plantel, dá verticalid­ade ao jogo e, às vezes, nem nos 18 entra. Já Salvio, joga sempre, mas acaba por ser o primeiro a sair na maioria dos jogos...”, frisa Manuel José.

Apesar de Rafa e Salvio terem sido os eleitos frente ao FC Porto, o par de extremos mais utilizado em simultâneo na I Liga até agora é o camisola 18 com Cervi (sete vezes juntos no onze)

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