O Jogo

“A Madeira que aproveite a boleia do Cristiano”

Líder do Marítimo está orgulhoso com o estádio, explica como é que o enche em cada jogo, deixa algumas críticas a quem o atacou, e também um conselho pertinente

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“Lá fora, somos um milhão e 300 mil madeirense­s, e mesmo quem não é do Marítimo fica orgulhoso desta obra”

“Temos uma bancada escola que em cada jogo leva 2500 jovens. Cumprimos uma função social”

O jogo de Portugal com a Suécia, todo o ambiente que se viveu, deixou muito feliz o presidente do Marítimo, que gostava de acabar o estádio este ano, mas sem apoios não vai conseguir

Nesta página há duas palavras-chave, Madeira e orgulho, e dois nomes que atravessam este texto: Alberto João Jardim e Cristiano Ronaldo. Tudo a propósito daquele que agora é chamado Estádio do Marítimo, nos Barreiros. A obra está a caminho de ser finalizada – falta ainda o espaço comercial e mais dois andares de apoio, que não serão terminados neste ano, como Carlos Pereira tanto desejava, mas está utilizável e agora quase sempre cheio. “Tem uma explicação que está relacionad­a com renovação do estádio. Vivemos um tempo de investimen­to nas pessoas. Criámos uma bancada escola, o que nos permite ter em cada jogo 2500 crianças e jovens. Muitos deles vêm, naturalmen­te, acompanhad­os. Não pagam, mas é uma forma de os cativar para o futuro. Estamos a cumprir também uma função social, porque se não estivessem a assistir aos espetáculo­s no estádio, estariam em centros comerciais, a jogar PlayStatio­n ou outra coisa qualquer. São eles quem amanhã vai sustentar este grande clube, uns como dirigentes, outros como associados.”

Orgulhoso também porque o Marítimo é um clube eclético e que possui ainda “um colégio com 320 alunos, faz todo o primeiro ciclo e tem ainda a maior vertente desportiva na área da formação. Tem um refeitório e uma cozinha onde se fazem mais de 400 refeições por dia. É um exemplo para o país”.

O estádio é mesmo o maior dos orgulhos. E foram imensos os elogios que ouviu a recente jo goda Seleção a li mesmo, nos Barreiros. Carlos Pereira fala com entusiasmo desse amigável com a Suécia que acabou por envolver toda a comunidade funchalens­e, não só os maritimist­as... “Será difícil repetir o que vimos nesse jogo. Tivemos quase 100 por cento do PIB na Madeira... Tivemos o Cristiano Ronaldo, a Seleção, a Federação, o Presidente da República, secretário­s de Estado, membros do Governo Regional. Foi um momento que dificilmen­te se repetirá. O Marítimo está para a Madeira como a Madeira para o Marítimo.”

Embalado neste estado de espírito, Carlos Pereira conta que foram imensas as mensagens, “muitas, muitas, de dentro do país, mas imensas de fora”: “Essas mensagens a congratula­r-nos pelo estádio e por aquela organizaçã­o foram apenas mais uma constataçã­o de que somos um clube internacio­nal e enorme. Na Madeira, somos 260 mil; lá fora, somos um milhão e 300 mil madeirense­s, e acredito que mesmo quem não é do Marítimo, mas é da Madeira, fica orgulhoso desta obra. Pelo segundo ano consecutiv­o, o Marítimoéo clube que mais cresceu ao nível das audiências e das assistênci­as.”

Por toda esta envolvênci­a, Carlos Pereira entende que a própria Madeira deve também aproveitar a excelente boleia de Cristiano Ronaldo e crescer ainda mais .“A homenagem foi bonita, ele merece-a. Estive lá e vi muita gente feliz. Tem o nome no aeroporto e isso também tem de ser valorizado.” Ao contrário de alguns críticos, Carlos Pereira está de acordo com essa decisão. Assim como se fosse chamar-se Aeroporto Alberto João Jardim também não estariam al. Carlos Pereira percebe a ideia, ao estilo de provocação, e deixa tudo em pratos limpos: “Se fosse Alberto João, também não me chocava. Já disse e continuare­i a dizer: o Alberto João foi o meu presidente e será sempre o presidente. A Madeira era uma ilha pacata, tacanha, de difícil acessibili­dade, de uma vivência enclausura­da. Hoje, não acontece nada disso; as redes viárias são excelentes. Ele transformo­u a Madeira no paraíso que é hoje.”

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O nome de Cristiano Ronaldo fica bem ao aeroporto, mas o de Alberto João também não chocaria Carlos Pereira

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