ANTIJOGO DE FUTEBOL
Embate entre equipas tranquilas na classificação e ainda com possibilidades de lutar por uma qualificação europeia foi uma desilusão. A ditadura dos pontos falou mais alto
O empate foi um desfecho natural em função do espetáculo que as duas equipas proporcionaram, num duelo que terminou com protestos do Rio Ave pelo antijogo dos sadinos
Numa partida muito tática e com raros momentos de emoção, o empate é aceitável face aos acontecimentos, sendo certo que o ponto conquistado agradou certamente mais ao V. Setúbal, até pela postura de expectativa que assumiu na maior parte do tempo. Jogos destes não são propriamente um bom cartaz ao futebol, contando não só com a falta de ideias de ambos conjuntos, como também, de forma marcante, pelo antijogo que os sadinos assumiram na segunda parte, o que irritou público e intervenientes, levando, inclusive, à expulsão de Nelson Monte, por protestos, desde o banco de suplentes.
Com marcações cerradas a meio-campo, faltaram espaços e praticamente não surgiram desequilíbrios junto das áreas, assim como não há registo de uma única oportunidade de verdadeiro perigo até ao intervalo. Entre as três fina- lizações que construiu, o Rio Ave teve apenas um remate enquadradocom a baliza,num cabeceamento de Guedes, após cruzamento de Ruben Ribeiro na esquerda, no último minuto da primeira parte. No lado contrário, os sadinos não fizeram melhor, ficando o registo de um contra-ataque de João Carvalho travado por Roderick eum lance polémico na área vila-condense, no qual Marcelo desviou com o braço um remate de Nené Bonilha.
Os vila-condenses trouxeram outra vontade para a segunda parte e obrigaram o V. Setúbal a mais trabalho defen- sivo, mas os caminhos para a área foram sempre bem tapados, e mesmo depois de Luís Castro arriscarcommuita gente na frente, raras foram as ocasiões de perigo criadas. Rafa Soares e Ruben Ribeiro ameaçaram em dois remates e um ou outro cruzamento criou embaraços, enquanto do outro lado ficou apenas o registo deum livre de Edinho euma
finalização de Zé Manuel. O encontro terminou com muitos protestos, dentro e fora de campo, pelas perdas de tempo dos jogadores do V. Setúbal, mas ninguém mereceu mais do que o empate.