Suspiro de alívio
Rui Vitória tem muitas e boas razões para se sentir aliviado com o triunfo de ontem em Moreira de Cónegos. O Benfica voltou a livrar-se de boa
Triunfo importante, desde logo porque muito sofrido, o do Benfica, ontem em Moreira de Cónegos, a justificar o claro suspiro de alívio que se pode ouvir nas declarações finais de Rui Vitória. “Este está arrumado, restam seis finais”. Falta ali um “ufa!” mas, quem ouvir com cuidado percebe que está lá, a sublinhar a importância do regresso à liderança nas vésperas da deslocação do FC Porto a Braga, assim como um tenista a disputar tie-break que salva um match-point e ainda ganha o serviço. De resto, não era difícil prever que o Benfica sentisse dificuldades frente ao Moreirense, uma equipa que começa a ser a cara de Petit, apostando quase tudo na dimensão física do jogo. Ora, depois do desgaste emocional de um clássico no último fim de semana e após o esforço inesperado que o apuramento para a final do Jamor exigiu logo a seguir, era de esperar que o Benfica não fosse a equipa mais fresca e disponível do mundo. Como seria de esperar que, à falta de pernas para mais, acabasse por desbloquear o jogo num lance de bola parada, uma das mais eficazes armas do arsenal encarnado. Menos expectável era que demonstrasse tantas fragilidades defensivas, permitindo ao Moreirense multiplicar as oportunidades de golo, quase sempre mais desperdiçadas no atabalhoamento dos avançados da casa do que negadas pela intervenção dos defesas encarnados. Até por isso, se justifica o alívio de Rui Vitória no final. O que não tem qualquer justificação é a agressão de Samaris a Diego Ivo. Um gesto feio e indesculpável, que lhe pode custar caro a ele e, por tabela, à equipa numa altura em que, como diz o treinador, qualquer jogo pode decidir o campeonato.