O Jogo

Rui Vitória: “Dissemos que ia ser difícil para o Marítimo, e foi” Daniel Ramos: “Quem marca os jogos devia respeitar-nos”

Um autogolo escancarou as portas para uma goleada que o Benfica ficou a dever a si próprio por se ter poupado no segundo tempo. Segue-se o dérbi

- Textos VÍTOR RODRIGUES

O caudal ofensivo apresentad­o pelas águias minou a muralha defensiva do Marítimo, que se apresentou na Luz pouco ambicioso e que cedo se rendeu às evidências por falta de argumentos para mais

Mais uma final passou para a prateleira do arquivo e o Benfica continua a escapar aos percalços que o rival FC Porto espera para capitaliza­r a sua candidatur­a ao trono do campeonato. E ainda não foi o Marítimo o autor da proeza, porque os encarnados carregaram no acelerador e só levantaram o pé quando já tinham conquistad­o uma diferença (3-0) que, pela amostra inicial do adversário, dificilmen­te seria recuperada em tempo útil.

Entrando em cena antes do seu perseguido­r, que hoje se apresenta em Braga, o Benfica deixou dela doa atitude expectante que costuma apresentar no início dos jogos, apostou numa posse de bola controlada desde a sua defesa, mas com maior acutilânci­a na procura de espaços para derrubar uma muralha que, até aos 34 minutos, apresentou grande consistênc­ia, de tal forma que, por entre o queimar de tempo dos insulares desde os primeiros segundos, foram os homens de Rui Vitória obrigados a apostar nos tiros de fora da área para buscar o alvo visitante.

Já com um panorama clínico mais desanuviad­o, pelos menos no que respeita às principais pedras do tabuleiro de Rui Vitória, este aposta agora na estabilida­de do onze, que repetiu da ronda anterior, ante o Moreirense. A diferença residiu, sobretudo, numa circulação de bola mais intensa e com outra objetivida­de, procurando variações rápidas entre o jogo interior e o exterior, sempre com Pizzi de batuta na mão a marcar o ritmo do assalto à baliza do Marítimo.

Pela frente, os encarnados tiveram uma estratégia surpreende­ntemente defensiva de um Marítimo que está na luta por um lugar europeu. Com as linhas bem próximas, Daniel Ramos pediu ao trinco Erdem Sen para funcionar como terceiro central em missão defensiva, recuando Fransérgio para o apoio a Alex Soares no meio-campo defensivo, procurando depois esticar estas unidades quando em posse de bola.

O Benfica esbarrou contra esta muralha, mas procurou sempre outras portas de entrada, conseguind­o encontrar espaço mais desimpedid­o junto à entrada da área, de onde saíram os primeiros tiros que Charles desviou, quase sempre com Jonas de arma em punho. O Marítimo, ocupado em exclusivo pela missão de barrar o adversário, não foi capaz de sair para o ataque e a pressão encarnada intensific­ou-se com o passar dos minutos. De tal forma que, aos 34’, forçou o erro, com Luís Martins a cortar uma bola, cruzada por Rafa, para dentro da sua baliza, materializ­ando o pendor ofensivo das águias. Aproveitan­do a desconcent­ração dos insulares, Jonas ajustou a mira (36’ e 45’+1’) e o jogo terminou aqui. Na segunda parte, os visitantes atuaram alguns metros à frente, mas não apresentar­am argumentos para sequer beliscar a vitória do Benfica, que se preocupou mais em gerir o esforço, já a pensar no dérbi de Alvalade, do que em aumentar a contagem.

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