Presidente da APAF explica bilhetes
Luciano Gonçalves rebateu as acusações do FC Porto relacionadas com os ingressos para ver um jogo do Benfica, na Luz
Garantindo ser independente e ter agido de boa-fé, o dirigente dos árbitros fala em “manobras de diversão” numa fase crucial da época e diz que não admite “ser usado como arma de arremesso”
Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, revelou terça-feira, no programa “Universo Porto de Bancada”,umatrocadee-mails entre Luciano Gonçalves e responsáveis do Benfica, em que o responsável pelos árbitros pedia bilhetes para um jogo no Estádio da Luz a um preço mais baixo, para serem distribuídos ao Centro Recreativo de Alcanadas. Ontem, o presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) emitiu um comunicado a reagir porque viu serem levantadas “suspeitas sobre a integridade e isenção profissional”, sentindo a necessidade de se defender. Dizendo que agiu na condição de presidente da Mesa da Assembleia Geral do Centro Recreativo de Alcanadas, coletividade da qual é sócio desde 1990, refere que este procedimento que teve é “igual a muitos outros”.
“Na boa-fé, com que sempre pautei a minha conduta, pessoal e profissional, negligenciei momentaneamente o facto de que o futebol português tem sido, por estes dias, um local feio para estar”, refere, antes de passar ao ataque. “Perce- bo o alcance que se pretende com estas manobras de diversão, numa fase crítica do campeonato, mas não admito – e nunca admitirei – ser usado como arma de arremesso, numa guerra que não é minha nem da arbitragem portuguesa. Sou independente! Tenho muitos anos no sector, vários como presidente do Núcleo de Árbitros de Futebol de Porto de Mós, e outros tantos como dirigente da APAF. Que fique bem claro, para todos: não sirvo interesses de ninguém e tenho uma única missão, que cumpro com a máxima verticalidade: Servir a Arbitragem e os Árbitros de Futebol em Portugal! “, pode ler-se no extenso comunicado.
A terminar, pede que não arrastem a APAF para o “lamaçal” e garante que não voltará a permitir que levantem suspeitas sobre a sua pessoa. “Manterei a minha/nossa abertura de diálogo com todos os agentes desportivos (FPF, Liga Portugal, clubes, treinadores e jogadores), sempre no sentido de construir melhorias para o futebol em geral, e para a Arbitragem em particular. Não voltarei a permitir que levantem suspeitas sobre a minha integridade e isenção profissional. As manobras de bastidores, que fiquem para quem as pratica. Deixem-nos fazer o nosso trabalho, sem nos arrastar para esse lamaçal.”
“Não admito ser usado como arma de arremesso, numa guerra que não é minha nem da arbitragem portuguesa. Sou independente” Luciano Gonçalves Presidente da APAF