O Jogo

“VOU ARREPENDER-ME MAS PRECISO DE PARAR”

Paulo Faria vai deixar o Águas Santas no final desta época, explicando a O JOGO que precisa de tempo para a vida pessoal e profission­al

- RUI GUIMARÃES

Após 36 anos consecutiv­os dedicados ao andebol, tendo começado a jogar, no ABC, aos nove, Paulo Faria, que está cumprir a quinta temporada seguida de um total de 12 no Águas Santas, vai fazer uma pausa

Mais do que deixar o Águas Santas, Paulo Faria vai fazer uma pausa inédita na ligação à modalidade.

Na próxima época não vai continuar a treinar o Águas Santas?

—É verdade, vou fazer uma pausa. É uma decisão que tem a ver com a minha vida pessoal e profission­al para além do andebol, e com o facto de achar que se vai fechar um ciclo. Se tudo correr como esperamos, teremos os juniores campeões nacionais e, antes, já fomos campeões de infantis, iniciados e juvenis.

Tendo sido coordenado­r da formação, esses títulos são motivo de orgulho?

—Agora já não sou, por falta de tempo, mas já fui e são conquistas que orgulham o clube. Tenho colaborado e há nove juniores que treinam comigo todas as semanas.

Se fala numa pausa, significa que na próxima época não treinará?

—Não, não treinarei nenhum clube. Vou mesmo fazer uma pausa, não sei se de um ano, se de dois, se para sempre, mas preciso. Sei que vou sentir falta e arrepender-me, mas preciso de parar. Estou numa fase profission­al decisiva e preciso

de tempo.

Diz-se que o Paulo pode vir a ser o treinador do ABC...

—Não tem ponta de verdade, nem esta saída do Águas Santas se dá por algum interesse ou por poder ir para outro clube.

Uma pausa para sempre, definitiva, está nos horizontes?

—É difícil pensar nisso, mas também sei que é difícil voltar, uma vez que só voltarei para um clube que tenha a ambição de ser campeão.

Esta é a sua quinta temporada seguida no Águas Santas, de um total de 12...

—É verdade, é um orgulho. Tenho de agradecer ao Águas Santas; ao Carlos Vieira e ao Joaquim Carvalho, dois presidente­s do melhor com quem já trabalhei; ao Mário Carvalho, que, com o presidente, fez uma trabalho notável de saneamento financeiro do clube; e quero dar os parabéns aos treinadore­s da formação, os melhores do país e que fazem do Águas Santas o melhor clube de formação de Portugal. Tenho também de deixar uma palavra ao Pedro Cruz, ao Juan Couto e, em especial, ao meu adjunto Jorge Carvalho.

Como acha que deixa a equipa?

—Com orgulho, deixo uma equipa à minha imagem, ou seja, disciplina­da, organizada e ambiciosa.

Qual foi o melhor momento que viveu no Águas Santas?

—Recordo um jogo europeu em particular, que vencemos, no acesso às meias-finais da Taça Challenge, com um golo do Jorge Sousa e o pavilhão completame­nte cheio.

“Só voltarei para um clube que tenha a ambição de ser campeão” “Águas Santas é o melhor clube de formação em Portugal”

Paulo Faria

Treinador do Águas Santas

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