Renascido após espiral de azares
Primeiro dia da época de 2014/15 marcou o início de um período negro do qual o nigeriano só se libertou em 2016/17
Uma fratura da tíbia adioulhe o sonho de se afirmar nos dragões e outra no pé esquerdo prejudicou-lhe a aventura na Bélgica. O V. Setúbal abriu-lhe a porta e o nigeriano está a aproveitar ao máximo
Se a carreira de Mikel desse um filme, o argumento seria seguramenteodeumahistória de superação, tantos foram os azares que teve de ultrapassar em apenas cinco épocas como profissional. O nigeriano saiu da Megap Soccer Academy (agora B-J Foundation), em Benin City, com o sonho de construir um percurso de sucesso no FC Porto e a verdade é que os primeiros tempos só serviram para o alimentar. Convenceu os dragões no período de testes que cumpriu no Olival em 2009, ainda com 16 anos, mas esteve sem jogar até atingir a maioridade. Por isso, ficou de fora da conquista do título de juniores em 2010/11 e só fez dois jogos nesse escalão na época seguinte, curiosamente, ambos contra o Benfica. O certo é que Rui Gomes, o treinador de então, deixou-se levar pelos encantos do médio e, na temporada que se seguiu, deu-lhe a titularidade na equipa B, na qual se manteve também em 2013/14, já com Luís Castro, contribuindo para o segundo lugar na II Liga conquistado na altura.
Tudo parecia correr bem a Mikel, que pelo meio se havia estreado pela equipa principal, com Paulo Fonseca, e havia convencido Julen Lopetegui a dar-lhe um lugar na préépoca de 2014/15 com uma exibição segura a fechar o campeonato, frente ao Benfica. Foi nesse verão, contudo, que começou a espiral de azares. Fraturou a tíbia logo no primeiro treino e esteve parado durante dez meses. Na temporada seguinte aventurou-se no Brugge, mas uma lesão no pé esquerdo estragou-
Médio foi internacional sub-17, esteve no estágio da seleção olímpica e agora sonha com a principal da Nigéria
lhe o arranque no clube belga e questões internas impediram-no de jogar com regularidade. Esse desejo só se concretizou esta temporada, no V. Setúbal, no qual fez 32 jogos – 29 como titular – e uma série de exibições que o colocaram no radar da seleção nigeriana, que representou somente como sub-17, apesar de ter participado no estágio realizado pela equipa olímpica no verão. Segue-se o regresso ao Dragão para concretizar um sonho adiado.
2014