“Queria ser como o meu pai”

Bosch, que se notabilizou no FC Porto, jogando agora, aos 41 anos, no Viana, transmitiu a Alejandro, juvenil do FC Porto, prestes a mudar-se para Barcelona, um nome de peso, mas não gosta de comparações

Para Alejandro Edo, que cresceuaveropaientreasgrandes estrelas mundiais, ser guarda-redes de hóquei em patins acabou por ser um apelo natural. “Desde pequeno que para mim o melhor guarda-redes do mundo sempre foi o meu pai e eu queria ser como ele”, informa Xano, tropeçando nas palavras ao tentar vencer a timidez própria da adolescência. Edo é, para Alejandro, um nome que o “enche de orgulho”, mais do que todo o peso que possa sentir, mas o pai, dominado pelo instinto protetor, contesta: “Espero que deixe de ser o filho do Edo e passe a ser o Alejandro Edo,equedesfrute.”Ascomparações,refereEdo,“sãocomplicadas”. “E não são corretas, porque ele não vai defender as mesmas bolas que eu defendi, nem defrontar os adversários que eu defrontei”, anota.

O futuro de Alejandro adivinha-se promissor, mas a experiência de Edo Bosch aconselha prudência. “Já convivi com miúdos que em idades jovens eram autênticos craques e depois não deram aquele salto. É bom sonhar, mas isso não se consegue sendo um bom júnior. Não se pode parar por outros dizerem que se é muito bom”, avisa. Em tom de recomendação, deixa uma dica: “O segredo está no sacrifício. Tive de renunciar a muitas coisas por um objetivo. Noitadas não são compatíveis com ser-se atleta profissional. Sacrifício é fundamental.”

Anteciparossucessosdofilho torna-se então um exercício que Edo rejeita, sobretudo, quando Xano sonha um dia voltar ao FC Porto e repetir o deca do pai: “Isso foi a junção de um grande grupo com um grande gestor/treinador [Franklim Pais] e um grande clube. Foi uma geração que começou e outra que acabou e isso não é fácil voltar a encadear. Quanto mais tempo passa, mais valor dou. É difícil que se repita.”

“Espero que deixe de ser o filho do Edo e passe a ser o Alejandro”

Edo Bosch

Guarda-redes