O Jogo

Vitorianos pedem a melhor época de sempre

RESPOSTA A derrota com o Benfica na Luz não pode ter influência negativa nos jogadores, na opinião de cinco adeptos famosos

- ANA LUÍSA MAGALHÃES

Na final da Taça de Portugal, o V. Guimarães joga sem pressão, sem nada a perder e com tudo a ganhar, afirmam Fernando Meira, António Magalhães, Pedro Xavier, Quim Berto e José João Torrinha

A cinco dias da final da Taça de Portugal, que vai opor V. Guimarães e Benfica, no Jamor, O JOGO auscultou cinco conhecidos adeptos vitorianos: Fernando Meira, central que represento­u o Vitória no final dos anos 90, antes de rumar ao Benfica; António Magalhães, que esteve mais de 20 anos à frente da autarquia de Guimarães; Pedro Xavier, expresiden­te da Assembleia Geral do clube; Quim Berto, que vestiu a camisola do Vitória seis épocas; e José João Torrinha, que incorpora o painel de comentador­es de O JOGO. Os cinco mostraram estar em sintonia: a derrota pesada (5-0) sofrida no jogo que consagrou o Benfica como tetracampe­ão nacional não pode afetar os jogadores de Pedro Martins. Pelo contrário, o V. Guimarães tem a seu favor o facto de não ser favorito e de a temporada já ter o carimbo positivo.

“A derrota na Luz pode, deve e acredito que vai funcionar como tónico. Aquele jogo não correspond­e a nada do que é a valia das equipas. Foi uma mentira e espero que os jogadores tenham o orgulho ferido para mostrar isso mesmo”, salienta José João Torrinha, com um enquadrame­nto positivo para a final: “A equipa tem a convicção de que fez uma época excelente e pode agora conseguir a melhor de sempre. Maior incentivo que esse não há.” Quim Berto tem uma visão semelhante. “O Vitória fez a pior exibição da época e apanhou o Benfica mais forte, mas não vai cair nos mesmos erros. Foi uma lição para os jogadores, que perceberam que, em todos os jogos, têm de dar o máximo do primeiro ao último minuto. Vão querer limpar a imagem”, afirma.

Desta forma, num contexto único, acredita-se que o conjunto orientado por Pedro Martins terá todas as condições para mostrar os pontos fortes, como explica Fernando Meira. “O Vitória não está obrigado a vencer, joga contra o favorito. Pode explorar o contra-ataque, tem jogadores com essas caracterís­ticas e até pode jogar com o timing da final. Depois de ter sido campeão, o Benfica pode estar mais relaxado”, projeta o antigo internacio­nal português, enquanto Pedro Xavier recorda o exemplo de 2013: “Por vezes pode haver uma certa euforia no adversário, quando este é favorito. Na final de 2013, o Vitória ganhou e a equipa atual é bastante superior, não há que menospreza­r isso.” Naturalmen­te, aquele jogo em que o Vitória bateu o Benfica por 2-1 puxou sorrisos a todos os intervenie­ntes desta consulta e até houve quem tivesse adivinhado. “Foi fantástico, era presidente da Câmara nessa altura e prognostiq­uei a vitória a caminho do Jamor”, refere António Magalhães, que elogia a simbiose entre adeptos e equipa: “O que tipifica as exibições do Vitória é o grande querer, a organizaçã­o e uma massa associativ­a forte e resiliente.” Fernando Meira não estava em Portugal,

“A época foi excelente e pode ser a melhor de sempre. Não há maior incentivo”

José João Torrinha

Comentador O JOGO

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