OS GENES DE SÉRGIO
LUÍS FREITAS LOBO DESCODIFICA A INFLUÊNCIA DA INCRÍVEL LISTA DE TREINADORES QUE DIRIGIRAM O NOVO TÉCNICO DO FC PORTO
Luís Freitas Lobo, colunista de O JOGO, considera que a passagem de Sérgio Conceição por Itália foi um ponto marcante na carreira, levando-o a apresentar equipas organizadas e com carácter
Sérgio Conceição passou pelas mãos de alguns dos grandes mestres do futebol europeu e isso garante-lhe agora uma bagagem muito importante na nova missão como treinador do FC Porto. Jorge Jesus, Sven-Goran Eriksson, Alberto Malesani, Arrigo Sacchi, Héctor Cúper, Roberto Mancini, José Mourinho e Fernando Santos foram alguns dos grandes técnicos com quem trabalhou, retirando de todo seles alguns ensinamentosque agora tanta ajuda lhe podem dar numa realidade bem diferente daquela que encontrou enquanto treinador de Olhanense, Académica, Braga, V. Guimarães, Nantes e até como adjunto do Standard de Liège.
Mas foi em Itália que recebeu os maiores ensinamentos – é essa a ideia de Luís Freitas Lobo. “Itália deu-lhe esse entendimento do jogo, mais completo”, garantiu o colunista de O JOGO, recordando as passagens de Sérgio Conceição por clubes como o Parma, a Lázio e o Inter. “Além dos treinadores com quem trabalhou, conta muito a vivência que teve em Itália, um país com cultura tática. Até as equipas pequenas que defrontou eram bem organizadas. E as equipas do Sérgio Conceição são organizadas e têm carácter”, elogia Freitas Lobo.
Essa dimensão tática que ganhou nas passagens pelo futebol italiano permite agora ao treinador do FC Porto um melhor conhecimento do jogo. No Inter, por exemplo, trabalhou com Héctor Cúper, um treinador que até era acusado de defensivo, mas para quem o mais importante era defender bem para atacar melhor. O Nantes, a última equipa que Sérgio Conceição treinou, era um bom exemplo disso mesmo. A tal ponto que a TF1, um
dos principais canais televisivos franceses, fez um trabalho que se baseava numa compilação de várias imagens onde era possível ver a grande quantidade de jogadores que a equipa colocava tanto nos momentos defensivos como ofensivos. No ataque, por exemplo, os jogadores eram preparados para abrir linhas de passe e posicionarem-se em grande número dentro ou fora da área, para tentar o golo ou ganhar as chamadas segundas bolas.
Esses equilíbrios e essa cultura tática foram ganhos um pouco por todos os clubes por onde passou e pelos mestres que teve, sempre sem perder a sua personalidade. “O Sérgio continua a mostrar esse lado emocional. Se não fosse assim, não era ele próprio. Faz parte da sua personalidade”, destaca Luís Freitas Lobo, frisando, contudo, que o novo treinador do FC Porto “não é só coração”. “Emocionalmente é muito parecido com Malesani”, compara o colunista de O JOGO, destacando a capacidade que Sérgio Conceição tem de analisar os adversários e entender os momentos do jogo.