Bruno rejeitou 20 milhões
Extremo do River pretendido: conheça a história do destemido Pity Martínez
O extremo-esquerdo de 24 anos do River Plate merece o reconhecimento dos colegas por, mesmo nos momentos mais adversos, não quebrar: assume sempre o jogo, pede a bola e enfrenta os adversários
Entre aplausos e insultos: assim se acostumou a jogar Gonzalo Martínez, o criativo que o Sporting tem na mira para reforçar o seu plantel. Essa relação de amor/ódio que viveu no Huracán, clube no qual se formou e iniciou a sua carreira como profissional, repetiu-se e prossegue no River, equipa que pagou quatro milhões de dólares pelo seu passe em janeiro de 2015. Mas há algo que não muda no seu jogo, apesar do que se possa passar nas bancadas: Pity pede sempre a bola. Pede-a e parte para cima dos adversários, procurando sempre desequilibrar no um para um, independentemente das manifestações da turba. O número 10 é o que o identifica e foi com toda a carga inerente a essa camisola que aprendeu a enfrentar elogios e críticas sem se encolher. Por diversas ocasiões, até os seus companheiros o repreendiam em pleno relvado, mas o melhor momento da carreira conseguido esta época no River Plate coincidiu com uma conversa mantida no balneário.
“Quero pedir desculpa ao Pity, porque às vezes falha, mas sempre tentando o melhor para a equipa. Às vezes gozo com ele e não o vou voltar a fazer. Temos de nos apoiar uns aos outros”, referiu recentemente Leonardo Ponzio, capitão do River Plate, à margem de um evento público. “Quero agradecer ao Gonzalo porque quando as coisas não nos saem bem, ele pede sempre a bola e aguenta as broncas por toda a gente. Por isso quero agradecer-lhe pelo que faz pela equipa e dizer-lhe que o seu contributo é muito importante”, acrescentou Ignacio Fer-
“Dantes queria fazer as coisas rápido e decidia mal. Agora é diferente: analiso melhor as opções e decido melhor”
Pity Martínez Jogador do River Plate
nández, outro dos seus companheiros. Martínez sentiu um forte apoio após a referida reunião e começou a mostrar o seu melhor rendimento desde a sua chegada ao Monumental de Núñez, somando golos e assistências a partir do momento em que Marcelo Gallardo o passou a utilizar como segundo avançado a partir da direita. Parece ser ali que este canhoto que acabou de fazer 24 anos e tem uma cláusula de rescisão de 15 milhões de euros se sente no seu meio. Ele próprio admitiu a mudança :“Arrisco e prefiro enfrentar o adversário.Gal lar do deu-meto da a confiança e disse-me sempre para estar tranquilo, porque
dava conta de que eu me precipitava na ânsia de demonstrar algo a cada jogada. Queria fazer as coisas rápido e decidia mal. Agora é diferente: analiso melhor as opções e decido melhor.”
Para chegar a este momento, o melhor da sua carreira, Pity percorreu um caminho com algumas histórias curiosas. Nascido em Mendonza, província no oeste da Argentina perto da fronteira com o Chile, começou a jogar em pequenos clubes da região, perto do seu bairro Nu eva Esperanza. Arrancou no ElSauce, passou pelo Boca de Bermejo, Andes Talleres e Empleados de Comercio. Desde muito novo que se destacava. “Jogava com miúdos mais velhos e fazia a diferença. Recomendá mo-lo aG oyoC ar rizo, velho amigo e companheiro de M arado nano Argentinos Juniors, para que o levasse para Buenos Aires”, lembra Alberto Arrie ta,caç a-talentos que odetet ou. Martínez prestou provas no Boca, mas não ficou. Depois, C ar rizoa presentou-o ao agente FIFA Marcelo Simonian, que lhe abriu as portas, literalmente: ficou a viver no complexo onde opera e colocou-o no Huracán. “Gosto dele como um filho”, assume o empresário, que durante quase uma década viu como Pity cresceu junto a outra figura que também ali vivia: Javier Pastore, o argentino que joga no PSG.
Agora é o próprio Gonzalo “Pity” Martínez que tem no horizonte o sal topara a Europa, porventura com Alvalade como destino. Assim os leões cheguem a acordo com o River.
“Quando as coisas não nos correm bem, pede sempre a bola e aguenta as broncas por todos”
Ignacio Fernández Jogador do River Plate