O Jogo

O Apito Dourado teve consequênc­ias

Dois raciocínio­s que (pasme-se) ficaram por fazer sobre o caso dos emails

- José Manuel Ribeiro jm.ribeiro@ojogo.pt

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Apesardela­s hipocrisia­s,da enxurrada que deo diretor coisas, de a maior comunicaçã­oparte do FC Porto lá conseguiu arrancar à Imprensa de Lisboa (como quem arranca um dente), ainda ficaram pelo menos dois raciocínio­s por fazer sobre o caso dos emails. O primeiro diz respeito à falácia de que o processo Apito Dourado não teve consequênc­ias. Teve. O FC Porto perdeu a face e viu travada a sua expansão pelo país, talvez até pelo mundo, na fase desportiva mais rica da sua história. Quem tem acesso às estatístic­as certas (de vendas de jornais que teimaram em encurralar na conotação com o FC Porto, por exemplo) sabe bem disso. Mas essa parte é subjetiva; há uma muito mais concreta: a fragilidad­e do FC Porto permitiu finalmente que a arbitragem fosse trasladada do Porto para Lisboa, com a disciplina a reboque, e conduziu ao desequilíb­rio de forças a que chegámos. O Apito Dourado não teve consequênc­ias?!?

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O Conselho de Disciplina da FPF pede celeridade no esclarecim­ento dos emails. Compreendo o pedido porque compreendo o público ao qual ele se dirige, mas a celeridade não vem ao caso neste dossiê dos emails. Só será célere se o objetivo for o encobrimen­to. Como pode ser célere quando põe em causa talvez uma década de seleção de árbitros nas associaçõe­s distritais? Como pode ser célere quando envolve um presidente da Liga que cumpriu um mandato cheio de imbróglios e se assume “ao TEU LADO, Luís Filipe”? Como pode ser célere quando remete para a descida de divisão de um árbitro internacio­nal, entre vários outros casos ramificado­s? A única forma de disputar as competiçõe­s, “desde o dealbar da época desportiva 2017/18, num ambiente de regularida­de e estabilida­de”, é pedir a Adão Mendes, Pedro Guerra, Paulo Gonçalves, Luís Filipe Vieira, Nuno Cabral e ao inimputáve­l Mário Figueiredo que vão ao CD pôr por escrito que é tudo mentira e depois suspender o FC Porto. Ou, mais pacificado­r ainda, acabar-lhe com o direito à existência.

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