Condomínio afastava perigo dos cartéis
Viveu em Torreón, mas sentiu-se seguro por ser um emigrante... privilegiado
Mesmo vivendo numa das cidades mais perigosas do mundo graças aos cartéis da droga,Torreón,Caixinhasempre se sentiu seguro como emigrante naquele país.
“Conhecia pouco do país. Gostei muito de viver no México. Mas a verdade é que nenhum emigrante do futebol pode ser considerado um emigrante normal. Temos a felicidade de ter uma profissão que dá disponibilidade financeira e ‘status quo’. Lidamos com pessoas de outra realidade”, atira sem rodeios, exemplificando: “Quando o então Presidente da República, Cavaco Silva, foi ao México, o embaixador convidou-me para ser um dos três portugueses para estar na primeira linha da receção. O emigrante normal nem convidado foi. O México tem os seus problemas sociais, violência instalada pela realidade dos cartéis, e quando chegámos a Torreón esta era a quinta mais perigosa do mundo! Vivíamos num condomínio altamente seguro e o meu dia a dia era levar os miúdos ao colégio americano, ir para o clube trabalhar e depois voltava ao condomínio. Também tinha o meu tempo social, gosto de viver. Mas no México é difícil estarmos tranquilos, também, pela intensidade e paixão que as pessoas têm pelo futebol.” Uma paixão que o levou a ser “reconhecido por mexicanos numa viagem turística a Alcatraz, em São Francisco”. “Nem nos Estados Unidos estava descansado”, recorda.