O Jogo

O “trambolhão”, as desculpas e os “mails”

- Rui Barreiro O autor optou por escrever na ortografia antiga

E m 2011/12, o Sporting Clube de Portugal encontrava-se em 17.º lugar no ranking da UEFA, o Benfica em 14.º e o Porto em 9.º. O Braga estava situado no 29.º lugar. Na época seguinte (2012/13), o Sporting caiu para 23.º lugar, enquanto o Porto subiu para 8.º, o Benfica para 9.º e o Braga manteve o 29.º lugar. Este enquadrame­nto serve para fixar o valor do nosso clube nesta nova era de governação e podemos sempre comparar com os outros três clubes em que a estabilida­de directiva também se manteve. E contra factos não há palavrão que nos valha. Depois de “fazer tremer os nossos rivais” o que valemos nós na Europa do futebol? Então, vejamos o que nos diz o ranking da UEFA nesta época que terminou, ou seja, vejamos os lugares que ocupamos em 2016/17. O Sporting Clube de Portugal é o pior dos quatro clubes citados como exemplo, pior que o Braga, sim, demos um enorme trambolhão e o nosso lugar é, nada mais nada menos, que o 57.º lugar. Devemos ter vergonha? Devemos. Só para ilustrar, importa dizer que o Braga caiu para o 55.º lugar, o Porto encontra-se no 13.º lugar e o Benfica em 9.º. Estes lugares também significam dinheiro, meios financeiro­s disponívei­s, para além de prestigio e reconhecim­ento. Podemos argumentar com os árbitros, com a Liga ou com a Federação, para consumo interno e para acalmar os seguidores, todavia. estes números não deixam margem para grandes desculpas. Estamos muito pior do que estávamos. Se compararmo­s os orçamentos das equipas de futebol ao longo destes anos ainda custa mais perceber como é possível ter chegado a este lugar inadmissív­el no ranking uefeiro. Se olharmos para as receitas de bilheteira e para o número de adeptos que se deslocam ao estádio para apoiar a equipa, ao longo destes anos, facilmente constatamo­s que não é por falta de incentivo que o desaire europeu se tem concretiza­do. Depois queixamo-nos dos adversário­s que o sorteio nos brinda. Espero, sinceramen­te, que sejam fixadas metas e objectivos europeus e que essas metas e esses objectivos sejam revelados aos sócios e adeptos sem receios ou tibiezas. Chega de conversa fiada. Nem interna, nem externamen­te ganhamos. Algo tem de mudar.

Mais um título do futebol de formação. Devemos ficar satisfeito­s, a Academia, tão criticada no início desta governação, continua a dar frutos e ainda bem. Se fizermos uma busca percebemos que houve um período menos bom, mas felizmente continuamo­s a formar bons jogadores. Esta equipa de juvenis tem bons atletas segundo dizem os que acompanham com mais afinco o futebol jovem.

A propósito de emails e influência­s, vale a pena lembrar que fomos buscar o treinador que esteve vários anos a conduzir a equipa agora acusada de expediente­s favoráveis. Afinal, o que queríamos ou o que queremos nós, Sporting Clube de Portugal? Deixemos que os adversário­s façam o que julgam que devem e façamos nós os trabalhos de casa. Trabalho e profission­alismo ajudam muito ao sucesso, por isso vamos lá mostrar que sabemos trabalhar para além da conversa do costume. Quanto ao resto, que se investigue e, se houver matéria, que se condene quem deve ser condenado. Se as instâncias do futebol não conseguire­m fazer que se faça justiça. Uma última palavra para o meu treinador favorito, Rui Jorge, com competênci­a e humildade vai dar-nos mais alegrias. Força Portugal. Viva o Sporting.

Estamos em 57.º lugar no ranking da UEFA. Atrás de Benfica, Porto e Braga. Devemos ter vergonha? Devemos. Estamos pior

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Pensar Sporting

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