O Jogo

Este Chile é de olhos fechados

A seleção dos Camarões foi atropelada por uma Roja que construiu inúmeras oportunida­des de golo

- RODRIGO CORTEZ

Com um futebol dinâmico e atrativo, o Chile confirmou na estreia a teoria dos que o apresentam como um dos grandes candidatos a vencer esta Taça das Confederaç­ões. Dois golos (validados), um outro anulado (pelo videoárbit­ro) e ainda uma mãocheia de oportunida­des desperdiça­das frente a uma equipa dos Camarões que desde cedo assumiu, com humildade, a condição de favoritism­o do adversário.

Este Chile é provavelme­nte a equipa mais rotinada desta competição:noMundial’2010, há sete anos, já estavam nomes como Vidal, Alexis Sánchez, Isla, Medel, Jara e Beausejour, todos eles presentes neste encontro, já para não fa- lar do guarda-redes Bravo, que ontem não alinhou devido a lesão. A equipa joga de olhos fechados e depois, no meiocampo, tem um senhor chamado Arturo Vidal, que parece um polvo a esticar os tentáculos até qualquer zona do terreno que a bola vá cheirar. Se juntarmos estas caracterís­ticas à fome de um grande título planetário, então percebemos melhor o atropelo a que, na primeira parte do jogo, foi sujeitaaeq­uipadosCam­arões, com um voluntario­so e esforçado Aboubakar, mas longe dos tempos gloriosos do grupo em que se destacava o lendário Roger Milla, entre outros.

Ia valendo Ondoa, guardarede­s (quase tão) elástico como o histórico N’Kono, a adiar golos atrás de golos na fase inicial. Só nos descontos da primeira parte seria batido, por Vargas, mas a festa chilena seria apagada da história depois da consulta ao videoárbit­ro; por poucos centímetro­s, como se viu nas repetições da TV, o dianteiro chileno estava em fora de jogo antes de receber o passe de Vidal. Skomina invalidou o golo e os chilenos foram furiosos para as cabinas, nomeadamen­te o médio do Bayern, que fizera a assistênci­a, ele que é conhecido por ter o sangue bem quente.

Na segunda parte, os Camarõeste­ntaramresp­onder,mas a supremacia chilena viria ao de cima aos 81’, num cruzamento de Sánchez correspond­ido por Vidal. Lá está: de olhos fechados, os dois jogadores mais conceituad­os da Roja inventaram uma jogada de golo. A terminar, Vargas fez o segundo e o videoárbit­ro ainda chegou a ameaçar estragar nova festa. Desta vez, contudo, a tecnologia foi amiga e confirmou a legalidade do lance.

“Se o videoárbit­ro vai interagir tanto, não será agradável para os jogadores”

Hugo Broos

Selecionad­or dos Camarões “O Chile tem amor-próprio. Para se superar, vai buscar forças onde elas não existem” Juan Antonio Pizzi Selecionad­or do Chile

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Vargas fecha o marcador num lance validado após consulta ao videoárbit­ro

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