Clamores por CR7, Rússia e Kazan
O público agitou-se no aquecimento, mas demorou a soltar-se. E irritou-se com o videoárbitro
Temperatura amena, uma pequena brisa – que tem caracterizado os fins de tarde em Kazan – e de repente o ambiente esquenta, os adeptos que iam dando vida e compondo as bancadas agitam-se, soltam bruaás em catadupa e aplaudem: Cristiano Ronaldo, focado pela realização televisiva, acabara de entrar no relvado do Arena para efetuar o período de aquecimento e tratar dos últimos retoques para encarar o México. Retribuindo, o capitão português acenou em várias direções, como se, com aquele gesto repetido, pretendesse saudar todos os presentes no estádio.
Já escutados os hinos, encerradoopequenocerimonialpréjogo e respeitado um minuto de silêncio em memória das vítimas da catástrofe que sobressaltouPortugalnestefimdesemana,abolacomeçouarolarao apito do árbitro argentino Néstor Pitana. O público imitou Portugal nos primeiros minutos de jogo e demorou um pouco a agir. Todavia, os apoiantes mexicanos, em larguíssima maioria na comparação com a falange lusitana, encarregaram-se de desencadear a animação:ouviram-sealgunscânticos, palavras de estímulo, assobios e viu-se ainda a famosa onda, com os mais de 30 mil espectadores – 45 015 é a lotação máxima do recinto – a alinharem do mesmo lado nesse detalhe do espetáculo.
Com tantos russos a ajudarem à moldura humana, aconteceu o previsível em diversas fases do segundo tempo, com os clamores “Rússia!” a ecoarem forte no Arena. Mas também se ouviu “Kazan”, uma vez, outra e mais outra, numa assistência que também se empertigou com as análises e decisões do videoárbitro, ou pela demora da concretização das mesmas.