O Jogo

PONTA DE LANÇA FAZ FALTA

SELEÇÃO NACIONAL DESPERDIÇO­U OS PRIMEIROS 20 MINUTOS E ADORMECEU NO ÚLTIMO Fernando Santos: “Resultado até se ajusta” Ronaldo: “Não é preciso ligar os alarmes”

- Textos JOÃO SANCHES Fotos JORGE AMARAL

Quaresma sobre o videoárbit­ro: “Se disser o que penso tenho um castigo”

A inclusão de Nani no onze, no papel de muleta da estrela da seleção portuguesa, foi uma surpresa, mas não deu certo. André Silva, em pouco tempo, acrescento­u mais e chamou o golo “Que bobeira, hein?”, soltou, aos ouvidos de O JOGO no Arena Kazan, um comentador da televisão brasileira, aludindo à forma como Portugal permitiu que o México voltasse a empatar a partida, e na circunstân­cia já para lá dos 90 minutos regulament­ares, sem remissão possível para a equipa das Quinas. Pois foi isso mesmo: uma falha individual (José Fonte foi batido no ar por Moreno, num canto à esquerda), irreparáve­l pelo momento em que aconteceu, condenou os lusitanos a um empate (2-2) no jogo de estreia na Taça das Confederaç­ões. Quando tinham de secar, meteram água e, mais uma vez, os portuguese­s arrancaram uma grande prova sem ganhar.

Com Fernando Santos a trocar as voltas a todos, mexicanos incluídos, ao lançar Nani (em vez de André Silva) no apoio a Cristiano Ronaldo na linha de ataque, o conjunto português andou de mão dada coma expectativ­a no primeiro quarto de hora, com linhas demasiado baixas, consentind­o controlo, posse e circulação debol alarga às eleção centro americana. Desse ascendente, porém, nada de palpitante resultouna grande área lusitana. Pelos pés de Quaresma e Ronaldo, a equipa das Quinas começou a entrar na discussão e, defendendo uns metros mais à frente, tirou espaço ao México. O problema, para Portugal, era a bola. Ou como tratá-la bem e depressa. Os jogadores, sobretudo nas zonas de saída, ora erravam passes, ora se deixavam condiciona­r por uma pressão agressiva do adversário, ora acusavam dificuldad­es para combinaçõe­s rápidas em zonas adiantadas. Mas o golo chegou, depois de Quaresma ter conquistad­o uma falta e de Ronaldo ter acertado na trave, e poderia mudar alguma coisa, mas... não valeu: o videoárbit­ro tirou o rebuçado da boca de Nani e dos portuguese­s. Não contou aos 21’, mas aos 34’ já não teve mácula: Moutinho no passe, Ronaldo no transporte e na assistênci­a, Quaresma na finalizaçã­o com show de bola e Portugal no comando.

A primeira falha defensiva grave da equipa das Quinas (Guerreiro “furou” uma interceção aparenteme­nte fácil) redundou no 1-1, com assinatura de Chicharito, quase em cima do intervalo. O segundo tempo foi muito mais mastigado. A dança das substituiç­ões começou cedo: o México tomou a dianteira nisso e manteve as dinâmicas posicionai­s que tornam muito híbrido o seu sistema. Já Portugal, com uma dupla alteração (saíram Moutinho e Nani, entraram Adrien e Gelson), passou de um 4x4x2 mais definido para um 4x3x3, com André Gomes ou Gelson a aproximare­m-se de Ronaldo. O jogo mudou de feição quando Quaresma (cansado) foi rendido por André Silva. A equipa portuguesa, já em 4x4x2, quis o 2-1 e fê-lo, por Cédric. Aconteceu aos 86’, a vitória não podia fugir. Mas o campeão europeu teve uma paragem e autorizou a repartição de pontos.

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