O Jogo

Smertin: “Portugal é equipa com classe”

O embaixador do Mundial’2018 na Rússia fala do duelo que amanhã esgotará o Estádio do Spartak como o teste mais desejado pela nação

- Textos JOÃO SANCHES Fotos JORGE AMARAL

Entrevista­do por O JOGO, o antigo internacio­nal – figura altamente respeitada no futebol russo – invoca Pelé, Maradona e Ronaldo para desvendar o legado em que o maior país da Europa aposta Uma pausa na enxurrada de entrevista­s e de compromiss­os que o absorvem por estes dias em Moscovo. Aleksey Smertin, embaixador do Mundial’2018 na Rússia, atende O JOGO em vésperas de um importante duelo no Grupo A da Taça das Confederaç­ões, o jogo entre o país-sede e Portugal, que responde pela coroa de campeão da Europa. O Estádio do Spartak será, amanhã à tarde, o primeiro a esgotar nesta competição. E o antigo internacio O nal russo lá estará a apoiar os seus, mas “com um respeito enorme por Portugal e pelo seu futebol”, acrescenta, não se deixando impression­ar negativame­nte pelo desfecho dos lusos na ronda inaugural. Portugal deixou-se empatar (2-2) no último minuto com o México. Esse resultado aliviará o stress na Rússia e atirará maior carga para cima da equipa portuguesa no duelo de amanhã? —Não me parece. A pressão estará em ambos os lados, porque para a Rússia é importante defrontar grandes seleções, diria mesmo seleções gourmet como a portuguesa. É um sonho para nós. Admito que, em face do 2-2, Portugal terá de entrar na partida de outra forma, vincando o seu propósito. Nesse contexto, poderá ser um jogo crucial. Esperava mais de Portugal contra o México? —Até jogou bem. É uma equipa com classe e isso viu-se. Tem qualidade, decididame­nte. E, tendo trazido os seus melhores jogadores, está nesta prova para vencer, para se fortalecer como equipa que ganhou o Europeu, mas precisa de ter sequência. Estão

a lutar por isso. O que registou de positivo e de negativo nos desempenho­s de Portugal e Rússia na primeira ronda? —Gostei de termos vencido. Três pontos são três pontos. Começar por cima, a vencer, era muito relevante para nós. Podíamos ter feito melhor, talvez, pois sabemos que a Nova Zelândia não é da estirpe de Portugal. O próximo jogo será bem mais complicado, mas é desses que precisamos. A Seleção portuguesa empatou, é certo, mas foi só um jogo. Honestamen­te, não destaco nada de negativo nas equipas. É verdade, estou muito entusiasma­do com o jogo que aí vem. Eu e todo o país. Comprar bilhetes para a partida de abertura foi fácil, mas para o Rússia-Portugal foi uma loucura, toda a gente procurou e teve dificuldad­e. Vai estar lotado. A equipa nacional russa está numa linha de desenvolvi­mento que dê esperança para o Mundial? —Precisamos de nos testar, de defrontar grandes equipas, é uma preparação para o campeonato do mundo. Já estamos qualificad­os, agora é

“Arranjar bilhetes para o Rússia-Portugal foi uma loucura”

“Portugal trouxe os melhores jogadores, está na Taça das Confederaç­ões para vencer” “É fundamenta­l que as nossas crianças vejam grandes jogadores. Essa será uma memória incrível para elas”

fazer jogos oficiais, porque há uma diferença enorme no desempenho de um jogo oficial para um amigável. Somos o anfitrião e vamos desenvolve­r o futebol. Temos vindo a construir estádios, infraestru­turas, hotéis, aeroportos... A isto chama-se legado. Mas não uma herança propriamen­te material. Não é isso queque remos. O que importaéa experiênci­a, vivê-la e transmiti-la, especialme­nte para as crianças. É fundamenta­l que vejam grandes jogadores. Ainda agora em Kazan houve muitas pessoas a querer ver o Ronaldo. Essa será uma memória incrível para elas. Estive há poucos dias com o Pelé em Moscovo... Eu não o vi jogar, mas ouvi falar muito dele e vi os seus melhores momentos. O Maradona... Eu vi o Mundial de 1986. Cresci com essa grande memória, também foiim portante para mim como jogador. Queremos que os miúdos tenham memória de grandes jogadores numa prova como um campeonato do mundo.

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