Hermínio Loureiro detido pela PJ
Vice-presidente da FPF envolvido em suspeitas de corrupção ativa e passiva enquanto edil de Oliveira de Azeméis
Na sequência de uma investigação do Ministério Público de Santa Maria da Feira, a Polícia Judiciária (PJ) deteve sete pessoas. Foram efetuadas 31 buscas, entre as quais a cinco câmaras e cinco clubes
Hermínio Loureiro, antigo presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis e também da Liga, atualmente vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e do Comité Olímpico de Portugal (COP), foi detido no âmbito da operação Ajuste Secreto, uma investigação do Ministério Público de Santa Maria da Feira. Em cima da mesa está a realização de obras “manipulando as regras de contratação pública”, refere o comunicado emitido pela PJ. Hermínio Loureiro terá sido detido por suspeitas de corrupção ativa e passiva, tráfico de influências, prevaricação e peculato enquanto autarca, cargo a que renunciou em dezembro de 2016 sem apresentar uma razão em concreto para justificar essa decisão. O seu sucessor na presidência da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Isidro Figueiredo, também foi detido em virtude das mesmas suspeitas.
Segundo o mesmo comunicado, foram efetuadas 31 buscas, com destaque para cinco a câmaras municipais e outras cinco a clubes de futebol do concelho de Oliveira de Azeméis, nas quais participaram magistrados do Ministério Público e cerca de 90 elementos da PJ. A investigação dura há
“Fortes indícios da existência de relações privilegiadas entre os suspeitos, que têm visado a realização de diversas obras em diferentes localidades, manipulando as regras de contratação pública” Comunicado PJ
um ano e resultou para já em sete detidos, com idades compreendidas entre os 40 e os 60 anos. Além dos autarcas, estão também envolvidos um funcionário camarário e empresários da construção civil. Três dos cinco clubes em causa são a União Desportiva Oliveirense, o Atlético Clube de Cucujães e o Futebol Clube Macieirense. Estarreja, Albergaria-a-Velha, Matosinhos, Gondomar e Oliveira de Azeméis foram as câmaras municipais alvo de buscas.
A FPF e o COP escusaram-se ontem a fazer comentários sobre a detenção do seu vice-presidente. As duas entidades aguardam “que todos os factos sejam esclarecidos e apurados oficialmente”, de acordo com o comunicado emitido em conjunto.