O Jogo

MUDANÇA RADICAL COM O TEMPO ÚTIL

REGRAS FIFA apresentou um documento que avança várias alterações: a eventualme­nte mais polémica propõe jogos cronometra­dos de 60 minutos

- ANTÓNIO PIRES

Ninguém que goste de futebol deixará de concordar que os jogos ganhariam com menos paragens e tempos mortos. Mas a proposta em cima da mesa pode alongar as partidas para duas horas ou mais

A FIFA e o Internacio­nal Board (IFAB) apresentar­am um documento, denominado “PlayFa ir ”, comum a estratégia eváriaspr opostas de alterações às Leis do Jogo. Oobjet ivo ass um idoéo de melhorar o comportame­nto dos jogadores, aumentar o respeito e o tempo de jogo e, ainda, a atrativida­de do futebol.

A mudança mais radical apresentad­a pretende que a duração dos desafios passe dos atuais 90 minutos para 60’ de tempo útil cronometra­do, com o relógio a parar sempre que a bola não estiver em jogo. Consideran­do que o Rússia-Nova Zelândia, da jornada inaugural da Taça das Confederaç­ões, teve 47’ de tempo útil, esta mudança pode revelar-se bastante complicada.

O JOGO ouviu (ver inquérito ao lado) um ex-árbitro, Jorge Coroado, um treinador, António Conceição, e um exjogador, Silas, sobre esta e outras das propostas em cima da mesa e, embora concordand­o no essencial – que é importante melhorar a qualidade do espetáculo e o tempo de jogo efetivo –, todos consideram que jogar 60 minutos úteis pode revelar-se um sério problema. Um problema pela duração total dos desafios, mas sobretudo pelas questões de esforço físico que isso acarretari­a.

Contudo, David Elleray, exárbitro internacio­nal inglês e diretor técnico do IFAB, considera que este é “um bom ponto de partida para melhorar o futebol”, explicando à Sky Sports: “As pessoas vão encontrar razões para não fazermos tais alterações, mas queremos apenas explorar ideias. Algumas das mais radicais podem mesmo demorar anos, mas podem ser testadas em níveis diferentes.”

Falando especifica­mente sobre o tempo de jogo, Elleray assumiu: “É uma mudança extrema, mas noutros desportos joga-se com tempo cronometra­do. Acontece frequentem­ente, no final dos jogos, os jogadores e equipas desperdiça­rem tempo, porque estão em vantagem e querem vencer de qualquer forma. É uma mudança que pode acontecer gradualmen­te.”

Todas estas propostas serão estudadas com maior profundida­de nos próximos meses, antes de serem apresentad­as no encontro anual do IFAB, em março, que decidirá depois quais delas podem vir a ser testadas em jogos.

 ??  ?? André Silva e Jonathan Santos em ação no último Portugal-México da Taça das Confedaraç­ões
André Silva e Jonathan Santos em ação no último Portugal-México da Taça das Confedaraç­ões

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal