“Variedade é privilégio português”
Portugal sem poupanças por opção na Taça das Confederações é uma boa notícia para uma seleção da Rússia que se pretende avaliar
Ter por onde escolher é uma característica notada no trabalho de Fernando Santos e invejada pelos russos, que gostavam de poder trocar peças – Ronaldo à parte – sem perda de qualidade
Fernando Santos preencheu a lista de 23 jogadores para a Taça das Confederações com os melhores selecionáveis disponíveis – e ainda cedeu um campeão da Europa, Renato Sanches, à Seleção de sub-21, que Rui Jorge orienta em competição na Polónia. “Bom para Portugal, melhor para a Rússia”, comenta Vasili Kulkov, antigo médio russo que alinhou por Benfica e FC Porto, entrevistado por O JOGO, viajando para o duelo da segunda jornada do torneio, no Estádio do Spartak, em Moscovo, a segunda cidade mais populosa da Europa.
“Vamos ter um jogo difícil, mas imagino que será bom para nós. Os portugueses vêm com as suas figuras e a sua grande estrela, que é Cristiano Ronaldo. A dificuldade sobe e isso permitirá ver como está o nível da nossa seleção. Temos de nos preparar contra os melhores”, fundamenta o ex-internacional, apontando uma diferença que favorece a equipa das Quinas: “Há muitos bons jogadores no campeonato português e fora dele, uma grande variedade. Isso é um privilégio para o selecionador, que tem por onde escolher, com diversas e boas soluções para qualquer posição. Este aspecto é muito importante porque contribui para o crescimento da equipa, que assim consegue estar sempre num patamar de desempenho elevado, mesmo que o treinador tenha de fazer trocas.”
Num português que desenferruja à medida que a conversa se estende, Kulkov assegura que, embora haja muitas caras novas, os jogadores da Rússia “estão muito motivados” para jogar a prova. “Esta é uma excelente oportunidade para eles, querem fazer muito para se fixar na seleção. Jogar em casa é mais um fator de motivação para terem bom rendimento. Espero que passemos o grupo, juntamente com Portugal. Acho que é isso que vai acontecer – e espero que nos reencontremos na final – embora o México seja uma seleção com muita qualidade”, observa o ex-internacional, que, se nada em contrário acontecer, hoje assistirá ao vivo à partida entre russos e portugueses. “O meu coração também bate por Portugal. Em julho, vou lá. Quero rever amigos e passear”, acrescenta.
O país “preparou-se muito bem” para receber a Taça das Confederações, opina Kulkov, que regista a “segurança máxima”. “As pessoas vão poder desfrutar até ao fim com tranquilidade, sem receio de ataques. Quero acreditar que será uma prova disputada sem esse tipo de sobressaltos. Vai ser uma festa para todos na Rússia”, remata o ex-jogador, hoje técnico.
“Jogar em casa é mais um fator de motivação para termos bom rendimento” “As pessoas vão poder desfrutar da prova com tranquilidade” “O meu coração também bate por Portugal. Em julho, vou lá”