O Jogo

Rui Costa teve a maior descida

Nota do árbitro da AF Porto num clássico entre o FC Porto e o Benfica em 2014 foi revista em baixa

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“O CD da FPF não pode fingir que isto não acontece. Aqui há marosca” Francisco J. Marques Diretor de comunicaçã­o do FC Porto

Caso foi denunciado pelo “Expresso” e envolve Luís Filipe Vieira e Paulo Gonçalves. Portistas consideram que existe “nexo de causalidad­e” e desafiam a FPF a tornar públicas todas as reclamaçõe­s

A descida da nota de Rui Costa no clássico entre o FC Porto e o Benfica, na época de 2013/14, foi, ao que O JOGO apurou, a maior de sempre na arbitragem. Ocaso, recorde-se, foi tornado público pelo “Expresso”, que divulgou uma alegada troca de emails entre Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, e Paulo Gonçalves, assessor jurídico dos encarnados, na qual o primeiro alertava o segundo para a necessidad­e de “dar cabo da nota” ao juiz da AF Porto. É certo que não há registos oficiais de todas as avaliações revistas, mas nenhuma das três fontes contactada­s pelo nosso jornal se lembra de uma revisão em baixa semelhante. Aliás, nem conseguem explicar comoé possível baixar de 3,5 para 2,0. “Seria preciso escrutinar e rever muitas dezenas de erros num só jogo”, explicaram-nos.

A tese, aliás, também foi defendida, ontem, por Francisco J. Marques. “Falei com um exárbitro e, sem particular­izar, perguntei-lhe: ‘É normal baixar uma nota de 3,5 para 2,0?’ E ele respondeu: ‘Não, isso é vigarice.’ E eu: ‘Vigarice como?’ E ele: ‘É vigarice. Só se não marcasse dez penáltis. Mas se não marcasse dez penáltis, não teria 3,5. Isso foi de propósito e não acredito que tenha acontecido.’ O Benfica veio alegar que tinha usado uma reclamação legal. Mas o problema não está aí. Isto é o tempo do famigerado Ferreira Nunes, a pôr e dispor das notas dos árbitros”, acusou o diretor de informação e comunicaçã­o do FC Porto.

Francisco J. Marques desafia mesmo a FPF a “tornar públicas todas as reclamaçõe­s que existiram”, porque considera que “baixar uma nota de 3,5 para 2,0 não é normal”. “Este é o caso em que se obtém, de uma forma clara e concreta, um nexo de causalidad­e”, vincou, lembrando a alegada troca de emails entre responsáve­is benfiquist­as. “Isto é demasiado grave e não pode ficar por aqui. As autoridade­s do futebol não podem fingir que isto não acontece. O CD da FPF não pode fingir que isto não acontece. Não pode estar sempre atento ao que eu digo e a meter-me processos e não se preocupar com estas coisas. É um caso muito grave e tem de ser esclarecid­o. Aqui há marosca”, denunciou.

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