De regras diferentes percebe Francisco Marcos
Aos 71 anos, Francisco Marcos é um dos dirigentes históricos do “soccer” nos Estados Unidos, onde foi “fundador, dono e presidente da USL, até há três anos e meio”, como nos lembra. A United Soccer Leagues, nascida em 1985 das cinzas da NASL – a liga onde competiu o Cosmos de Pelé e Beckenbauer ou os LA Aztecs de Cruyff – chegou a ter cerca de cem equipas distribuídas em divisões regionais e serviu de balão de ensaio a diferentes regras com o intuito de fazer crescer o futebol nos “states”, sobretudo na ressaca do Mundial’94.
“Estudei outros desportos para perceber como o futebol poderia ganhar espaço nos Estados Unidos”, conta este natural do Bombarral, “há 55 anos nos EUA e há 50 a promover o futebol”. A escassez de golos depressa foi identificada como o maior problema e as tentativas de o solucionar foram diversas: desde três tamanhos de baliza (a normal e outras, que multiplicavam os golos até quatro vezes mais, em média, por jogo), cantos marcados na interseção da linha de grande área com a de fundo ou bónus de um ponto por cada golo marcado até três (vitórias podiam valer quatro pontos).
“Queríamos ter emoção a cada 15 minutos, mas não resultados de 7-1 ou 8-3”, diz, sublinhando que as regras iam sendo modificadas consoante
“Quatro anciãos da Grã-Bretanha controlarem 50% do IFAB é ridículo”
Francisco Marcos
as necessidades de cada divisão e não em simultâneo.
A NASL original (1967-85), para onde Marcos levou o amigo António Simões nos anos finais da carreira, também tinha particularidades, caso da linha de 35 jardas (que substituía a de meio-campo para efeitos de fora de jogo) ou o “shoot-out ”, que desempatava os jogos e em que o avançado, partindo da linha de 35 jardas, tinha cinco segundos para bater o guarda-redes.