A pouca-vergonha deles e o nosso silêncio a trabalhar
Sobre tudo o que o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, revelou a propósito das poucas-vergonhas de pessoas ligadas ao Benfica, pressionando árbitros, espiando dirigentes e outras coisas mais, não vale a pena continuar à espera de que chova no molhado. Não sei, não faço mesmo a mínima ideia se aquilo vai dar alguma coisa em matéria de justiça, mas já ficava satisfeito se tivesse servido para que os poderes instituídos (Federação Portuguesa de Futebol e Liga de Clubes), com o seu Conselho de Arbitragem e o seu Conselho de Disciplina, abrissem os olhos e passassem a mandar, porque só eles têm mandato para mandar. Isso significaria que os campos voltavam a estar nivelados, aumentando as hipóteses de ganhar o melhor.
Do nosso lado, o que espero é que o trabalho esteja a ser feito. É preciso determinar com tempo quem fica no plantel e quem é vendido ou emprestado. Se isso já está ser feito como deve ser, então significa que o Futebol Clube do Porto está a recuperar um dos seus grandes trunfos quando teve a hegemonia do futebol português. Ainda me lembro dos tempos em que os jornais desportivos, e não só, se punham a tentar adivinhar quem o FCP ia vender e comprar. Num tempo em que Pinto da Costa guardava em segredo uma grande contratação para a apresentar apenas no dia em que era revelada toda a equipa.
Esta não é uma época fácil. É mais de vender do que comprar e por isso não são de esperar grandes contratações. Talvez nem sequer sejam necessárias. Temos um plantel altamente competitivo e temos muitos e bons jogadores emprestados a outras equipas. Alguns vão ter de sair e outros vão ter de regressar. Na esperança de que Sérgio Conceição esteja a trabalhar com a administração para definir quem fará parte da equipa, não esquecendo que é mesmo crucial que se faça o caminho da consolidação orçamental, revelo a minha satisfação por se saber muito pouco.
Com a Seleção principal ainda a jogar e dos sub-21 já de regresso a casa, alguns jogadores do FC Porto vão precisar de ir para férias. Como são bons, alguns podem até não voltar ao Dragão e acabar por ser vendidos. Vamos entrar de férias e só mesmo quando a maioria dos portistas estiver a regressar desse merecido descanso (31 de agosto) é que vamos saber em definitivo quem partiu, quem regressou e quem foi contratado. À administração e à equipa técnica pede-se que tenham muita atenção ao que estão a preparar para esse dia.
Não sei, não faço mesmo a mínima ideia se aquilo vai dar alguma coisa em matéria de justiça