O Jogo

A Rádio ficou mais pobre!

- João Ricardo Pateiro O autor escreve na ortografia antiga.

1 Foi o Sílvio Vieira, meu amigo e camarada da Rádio Renascença, que me deu a notícia... A SMS dizia apenas isto: “Morreu o Vieira!” Fiquei parado no meio da sala de minha casa, como se tivesse levado um murro nas costas!... Fiquei gelado!

Não queria acreditar que o Sílvio me estivesse a falar do nosso Joaquim Vieira! Mas só podia ser... O Vieirinha tinhanos deixado?!? E não quis que nos despedísse­mos dele?!?

Eu nem sabia que o Joaquim Vieira estava doente, pouca gente sabia. Ele preferiu assim. Joaquim Vieira era o jornalista do povo... Adorava futebol e ciclismo. Era o nosso camisola amarela! Um amigo e camarada! Um companheir­ão! Um bem-disposto. Uma frase típica do Joaquim Vieira, sempre que estávamos a trabalhar e se aproximava a hora de almoçar ou de jantar: “Está na hora de dar ao bigode!”

Apaixonado pela sua RR, era sempre o primeiro a chegar aos serviços...! Ia quase de véspera! Muitas vezes brinquei com ele por causa disso.

Sempre que me encontrava, a pergunta era a mesma: “Como vai a nossa traineira?!?

Temos de ganhar este fim-de-semana!”, em alusão ao Rio Ave, por eu ser de Vila do Conde.

Quando aparecia um dirigente do Belenenses: “Nosso Belém... Vamos!” Se aparecia alguém do Paços de Ferreira: “Nosso Pacinhos...!” E era assim com todos os clubes, com todos os adeptos... E como se divertia com isso! E como nos divertíamo­s todos com isso.

Em mais de 30 anos que levo de profissão nunca ouvi dizer: O Vieira fez-me mal. Nunca! Até sempre, meu irmão! Era assim que ele tratava os camaradas e os amigos.

A alternativ­a era, “Então primaço, tudo bem?”

Vamos ter saudades tuas, Joaquim Vieira... Já temos muitas saudades tuas. Vaisnos fazer falta.

Deixo ficar aqui um beijinho muito especial à família do Joaquim Vieira... E um enorme abraço a todos os meus camaradas e amigos da Rádio Renascença, principalm­ente àqueles que trabalham na editoria de Desporto. Estamos juntos nesta dor tão grande e inesperada.

Descansa em paz, meu irmão!

2 Escrevo esta crónica sem saber o resultado do Portugal-Nova Zelândia.

Espero que tenha corrido bem, que Portugal tenha ganho e que esteja nas meias-finais da Taça das Confederaç­ões.

Penso que, em condições normais, há três jogadores que têm de ser sempre titulares: Nélson Semedo, Bernardo Silva e André Silva.

Bernardo, então, é um caso flagrante de um jogador absolutame­nte invulgar. Um fora de série!

Bernardo Silva é, na minha óptica, o segundo melhor futebolist­a português da actualidad­e, só superado por Cristiano Ronaldo.

3 A minha música da semana vai para Bernardo Silva.

É inspirada na canção dos Gemini que, em 1978, venceu o Festival da Canção em Portugal...! Uma adaptação do tema: “Dai Li Dou.”

Fica assim para o Bernardo Silva: “Se está convocado... Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe... Um lugar a titular... Ele joga tanto... Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe... Um lugar a titular... É Bernardo Silva... Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe... Um lugar a titular..!”

4 Quando o leitor estiver a ler esta crónica, possivelme­nte, já o Sporting oficializo­u a contrataçã­o de algum dos reforços que têm sido falados nos últimos dias. E penso que, se estiverem em boas condições do ponto de vista clínico, todos eles são belíssimos jogadores.

Se contratar Mathieu, Fábio Coentrão e Doumbia, o Sporting faz três excelentes aquisições. Serão verdadeiro­s reforços, jogadores para pegar de estaca em Alvalade.

A confirmare­m-se estas contrataçõ­es, isto significar­á também que Jorge Jesus mantém plenos poderes em Alvalade no que diz respeito à construção do plantel.

Estes três jogadores têm o perfil que o técnico leonino aprecia: bons jogadores e maduros.

Resta saber depois quem irá sair do Sporting... Acredito que William Carvalho e Adrien abandonem Alvalade. A confirmare­m-se estas duas saídas, Jorge Jesus terá de refazer o meio-campo! Algo que o técnico já fez, e com grande sucesso, quando treinava o Benfica. Perdeu Javi Garcia e Witsel, substituin­do-os por Matic (na posição seis) e por Enzo Pérez (adaptado, com enorme sucesso, à posição oito).

Para isto acontecer há uma coisa que é obrigatóri­a: ter jogadores de qualidade, boa matéria-prima para trabalhar. Jorge também é Jesus, mas não faz milagres. É um bom treinador, mas não tem uma varinha de condão.

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