O Jogo

OFERTA DE BILHETES INVESTIGAD­A PELA PJ

O jornal “Expresso” apresenta três alegadas situações em que figuras ligadas à arbitragem receberam convites para os jogos das águias. Andreia Couto, ex-diretora da Liga também visada

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Um dia depois de o FC Porto ter entregado toda a documentaç­ão que tinha em suas mãos relativa a emails do Benfica, o semanário avança novas supostas conversas entre Vieira e Paulo Gonçalves

A Polícia Judiciária (PJ) já está em ação no que respeita à investigaç­ão do teor de alguns dos emails que visam o Benfica, o presidente Luís Filipe Vieira, o advogado Paulo Gonçalves e diversas figuras ligadas a órgãos da Liga e da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), nomeadamen­te no que diz respeitoào­fert ade bilhetes e um eventual caso de corrupção desportiva. Após, anteontem, o FC Porto ter confirmado a entrega às autoridade­s de toda a documentaç­ão em sua posse sobre o dossiê dos emails envolvendo os encarnados, o semanário “Expresso” revelou, ontem, mais três alegadas situações a envolver o Benfica, aqui sobre a temática da oferta de bilhetes a figuras que terão “ajudado” o clube da Luz.

No primeiro caso, o jornal fala de um suposto aviso de Paulo Gonçalves a Luís Filipe Vieira sobre um pedido de ingressos para o Benfica–Juventus [meias-finais da Liga Europa de 2013/14] feito por João Leal, funcionári­o da FPF, para vários membros do Conselho de Disciplina (CD): Manuel Saraiva, Vítor Carvalho, Domingos Cordeiro, Leonel Gonçalves, Jorge Amaral e João Guimas. Em declaração atribuída ao assessor jurídico das águias, Paulo Gonçalves terá dito a Luís Filipe Vieira que os elementos em causa “ficaram cheios de moral” por só terem aplicado uma “multa pela expulsão” de Jorge Jesus no FC Porto–Benfica da Taça de Portugal de 2014 e não um castigo mais pesado.

Já o segundo caso avançado pelo “Expresso” remonta a nove dias antes da final da Liga Europa de 2014, em Turim, que iria opor as águias ao Sevilha. Paulo Gonçalves terá dito a Vieira que este deveria convidar quatro pessoas que tinham “de alguma maneira ajudado a alcançar esse objetivo ou ajudado o SLB no passado”. À cabeça, Andreia Couto, na altura diretora executiva da Liga e sobre a qual, alegadamen­te, se escreve ter sido “inexcedíve­l no cuidado e apreciação de todos os requerimen­tos do SLB ao longo da época”. Na lista surgirão, ainda, os nomes de Emídio Fidalgo, responsáve­l pela nomeação dos delegados da Liga, Rodolfo Vaz, que trabalhara no Leiria na altura em que Oblak lá esteve cedido e Nuno Cabral. Este último, então delegado da Liga, é também focado pelo “Expresso” no terceiro alegado caso. Paulo Gonçalves terá informado Vieira de que esse elemento precisava de cinco bilhetes e que iria ao jogo Benfica–Nacional, disputado a 3 de abril de 2015, “com dois AA (árbitros assistente­s)”, tendo sido também pedidos bilhetes para Ferreira Nunes, ex-chefe da Secção de Classifica­ções, encaminhad­o para a “bancada presidenci­al” e para o antigo atleta do Benfica, David Luiz. Nuno Cabral, recorde-se, já fora apontado pelo “Expresso” como tendo dado a Paulo Gonçalves um relatório sobre arbitragem de um jogo para o qual não estava escalado, o FC Porto–Benfica de 2013/14. Aí, tal como O JOGO revelou na edição de quinta-feira passada, a nota do juiz daAF Porto acabou por cair de 3,5 para 2, uma descida nunca vista.

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Vieira e Paulo Gonçalves respondera­m a questões sobre a oferta de bilhetes

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