O Jogo

Contratar bem e sem pressas

- José João Torrinha

1 De manhã, logo que possível, abrir O JOGO online ou comprar o jornal, folhear ou rapidament­e fazer deslizar as páginas até meio do periódico, à procura do que mais interessa: novidades do Vitória. Este é o ritual que muitos vitorianos ansiosamen­te praticam diariament­e nesta altura do ano. A avidez por notícias frescas, a sofreguidã­o pela confirmaçã­o do reforço do plantel, a necessidad­e de ver confirmado­s os craques que nos vão levar às futuras vitórias, ou quem vai afinal sair. Tudo isto faz parte.

Curiosamen­te, este ano o defeso tem sido extremamen­te discreto no que toca às notícias que contam: as oficiais. Não aquelas baseadas em rumores ou em contactos informais, mas aquelas que têm as nossas cores: preto no branco.

Na verdade, até agora só há verdadeira­mente duas. A contrataçã­o de Estupiñán (que nem sequer é deste defeso) e a saída de Bruno Gaspar. É por isso natural que os mais apressados comecem já a hiperventi­lar, stressando de cada vez que abrem o jornal e, de concreto, nada vêm.

A esses digo que tenham calma e se lembrem de algumas frases e ditos populares: quem espera sempre alcança; depressa e bem há pouco quem; e o bom é inimigo do ótimo.

Pessoalmen­te, estou perfeitame­nte tranquilo, acima de tudo porque confio em quem nos dirige. Depois porque tenho a consciênci­a de que, hoje em dia, os processos negociais são muitas vezes morosos, verdadeira­s novelas com avanços e recuos, traições e reviravolt­as no enredo.

Aguardemos, pois, serenament­e. Claro que era bom que no início dos trabalhos já estivesse tudo definitiva­mente fechado. Mas sabemos bem que não é possível isso acontecer, até porque muitas boas oportunida­des de negócio surgem tardiament­e, com o mercado já no fecho, pelo que, diria, temos ainda muito que esperar. 2 Oficial, oficial, foi a saída de Bruno Gaspar. A história do Bruno no Vitória é perfeita sob todos os pontos de vista. Chegou como jovem promissor, na condição (a tal, a maldita) de emprestado.

Agradou. O clube apostou nele. Comprou parte do passe ao Benfica. Teve algumas dores de cresciment­o e uma lesão grave pelo meio. Perseverou. Recuperou o ânimo e a alegria de jogar. Subiu de rendimento e o Vitória adquiriu uma parte mais significat­iva do seu passe. No final de uma época em que esteve a um nível altíssimo, foi pretendido por quem lhe oferece melhores condições salariais e a participaç­ão num campeonato mais mediático. Foi transferid­o por valores que serão interessan­tes para ele e para o clube. Pelo meio apaixonou-se pelo Vitória, emocionou-se na despedida e prometeu voltar.

Que o Vitória replique a história do Bruno com outros jogadores e que faça ver aos mais jovens que, trilhando este caminho, também eles poderão ser como ele.

Ao Bruno, desejo as maiores felicidade­s e dou-lhe a certeza de que ficará sempre nos nossos corações. Porque, afinal de contas, ele é um dos nossos.

É natural que os mais apressados comecem já a hiperventi­lar, stressando de cada vez que abrem o jornal e de concreto nada vêm

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