Contratar bem e sem pressas
1 De manhã, logo que possível, abrir O JOGO online ou comprar o jornal, folhear ou rapidamente fazer deslizar as páginas até meio do periódico, à procura do que mais interessa: novidades do Vitória. Este é o ritual que muitos vitorianos ansiosamente praticam diariamente nesta altura do ano. A avidez por notícias frescas, a sofreguidão pela confirmação do reforço do plantel, a necessidade de ver confirmados os craques que nos vão levar às futuras vitórias, ou quem vai afinal sair. Tudo isto faz parte.
Curiosamente, este ano o defeso tem sido extremamente discreto no que toca às notícias que contam: as oficiais. Não aquelas baseadas em rumores ou em contactos informais, mas aquelas que têm as nossas cores: preto no branco.
Na verdade, até agora só há verdadeiramente duas. A contratação de Estupiñán (que nem sequer é deste defeso) e a saída de Bruno Gaspar. É por isso natural que os mais apressados comecem já a hiperventilar, stressando de cada vez que abrem o jornal e, de concreto, nada vêm.
A esses digo que tenham calma e se lembrem de algumas frases e ditos populares: quem espera sempre alcança; depressa e bem há pouco quem; e o bom é inimigo do ótimo.
Pessoalmente, estou perfeitamente tranquilo, acima de tudo porque confio em quem nos dirige. Depois porque tenho a consciência de que, hoje em dia, os processos negociais são muitas vezes morosos, verdadeiras novelas com avanços e recuos, traições e reviravoltas no enredo.
Aguardemos, pois, serenamente. Claro que era bom que no início dos trabalhos já estivesse tudo definitivamente fechado. Mas sabemos bem que não é possível isso acontecer, até porque muitas boas oportunidades de negócio surgem tardiamente, com o mercado já no fecho, pelo que, diria, temos ainda muito que esperar. 2 Oficial, oficial, foi a saída de Bruno Gaspar. A história do Bruno no Vitória é perfeita sob todos os pontos de vista. Chegou como jovem promissor, na condição (a tal, a maldita) de emprestado.
Agradou. O clube apostou nele. Comprou parte do passe ao Benfica. Teve algumas dores de crescimento e uma lesão grave pelo meio. Perseverou. Recuperou o ânimo e a alegria de jogar. Subiu de rendimento e o Vitória adquiriu uma parte mais significativa do seu passe. No final de uma época em que esteve a um nível altíssimo, foi pretendido por quem lhe oferece melhores condições salariais e a participação num campeonato mais mediático. Foi transferido por valores que serão interessantes para ele e para o clube. Pelo meio apaixonou-se pelo Vitória, emocionou-se na despedida e prometeu voltar.
Que o Vitória replique a história do Bruno com outros jogadores e que faça ver aos mais jovens que, trilhando este caminho, também eles poderão ser como ele.
Ao Bruno, desejo as maiores felicidades e dou-lhe a certeza de que ficará sempre nos nossos corações. Porque, afinal de contas, ele é um dos nossos.
É natural que os mais apressados comecem já a hiperventilar, stressando de cada vez que abrem o jornal e de concreto nada vêm