“O melhor ainda está para vir”
Reveladas novas mensagens entre ex-presidente da AG da Liga e Pedro Guerra
Caso dos emails: diretor de comunicação dos dragões insiste no “maior escândalo do futebol português”
Garantia de que o FC Porto entregou voluntariamente os documentos à PJ e uma pausa nas acusações mais graves para deixar a justiça investigar. Mas fica a promessa: há mais contra o Benfica – e mais forte
O “Universo Porto da Bancada” de ontem começou com “informação para fazer frente à contrainformação”. Depois de o FC Porto ter entregue todos os documentos em seu poder na sede da Polícia Judiciária, os rivais responderam, garantindo que os dragões foram intimados a fazêlo. Rui Santos, comentador da SIC, acrescentou mesmo que houve buscas na SAD portista. Francisco J. Marques reitera tudo aquilo que o FC Porto explicou em comunicado há uns dias. E reforça a tese de que “o polvo tenta controlar tudo”. “Não fomos intimados nem alvo de qualquer ti pode buscas. Quem pode esclarece ré a Procuradoria-Geral da República [PGR]. E tem a obrigação de o fazer. O FC Porto fez um comunicado a dizer que não teve buscas nem foi alvo de intimação. Combinou-se, por telefone, um encontro presencial. Posteriormente entregou-se tudo sem intimação ou buscas. Que fez o Benfica? Pôs a correr que o FC Porto estava a mentir e tinha sido intimado. É patético. A PGR tem a obrigação de esclarecer os cidadãos. Há uma entidade, com fonte identificada, que diz que não foi intimada, e outra, com fonte não identificada, que diz que sim. Qual será mais fidedigna? Qual o problema de se esclarecer? O silêncio é que cria ruído ensurdecedor. Fica o apelo para que se acabe com esta mistificação”, lançou. “Pela dimensão de tudo isto, estamos perante o maior escândalo do futebol português. Já expusemos os vários tentáculos do polvo, mas o melhor está para vir”, reforçou, prometendo mais revelações para agosto, quando o programa do Porto Canal voltar de férias.
Depois, mais ataques. Desta feita, as revelações até tocaram mais o lado místico (ver peça ao lado), mas Francisco J. Marques não gostou de ver Pedro Guerra negar no dia anterior que tivesse lido o email de Carlos Deus Pereira com o conteúdo dos SMS de Fernando Gomes. “Vamos supor que, por hipótese remota e inverosímil, o Pedro Guerra não leu este email. Temos de admitir isto. Eu próprio recebo centenas de emails e não consigo ver todos. Mas este não foi o único email que Carlos Deus Pereira enviou a Pedro Guerra – foram imensos. E a maioria mostra, de forma irrefutável, que Carlos Deus Pereira não devia sair mais à rua, devia encher-se de vergonha”, acusa, novamente com o indicador apontado ao antigo presidente da Assembleia Geral da Liga. “Dia 11 de fevereiro de 2014, Carlos Deus Pereira enviou para Pedro Guerra o seguinte e mail :‘ Agradeço a defesa da minha pessoa e consequentemente de quem é do Benfica e gosta de futebol. Em princípio vou produzir o meu despacho relativamente ao requerimento de AG que solicita a destituição do Mário Figueiredo no dia 12. Vou enviar-lhe antecipadamente. Vou enviar também o teor do requerimento assinado por FC Porto, Braga, Académica, Belenenses, Estoril e Tondela. Isto é absolutamente confidencial.’ Só aqui já mostra ao que vem e a pouca-vergonha que era”, enuncia. Segundo email: “Dia 16 de fevereiro, Carlos Deus Pereira enviou outro email. ‘Envio-lhe o requerimento de convocatória da AG da Liga para observar os clubes que querem voltar ao antigamente e ver os argumentos que usam para destituir o presidente da Liga. Amanhã vou tomar decisões e envio-lhe em primeira mão.’ Ficamos a saber que o presidente da AG da Liga, em vez de informar os clubes, informava primeiro Pedro Guerra. E dia 20 enviou-lhe notificações que, aos clubes, só chegaram dia 24. Mas andamos a brincar? Estas pessoas não são sérias”, volta a disparar. “Pedro Guerra chamou-me farsante, mas ele, que se presta a esta figura e negou ler os emails, é que se presta a figuras destas. Se Pedro Guerra fosse sério, denunciava Carlos Deus Pereira na mesma hora. Este senhor não cumpre os mínimos para ser porteiro da Liga, quanto mais presidente da AG. Este senhor não é sério. Carlos Deus Pereira foi uma vergonha para o futebol português, tal como Mário Figueiredo. Estavam ao serviço do Benfica. Não há dúvidas nenhumas”, concluiu o diretor de informação e comunicação do FC Porto.
Em matéria de ataques, Pedro Guerra e Carlos Deus Pereira foram, desta feita, os principais visados: o primeiro por ser “farsante”, o outro por “não ter vergonha” “Se Guerra fosse sério, denunciava Carlos Deus Pereira. Este nem para porteiro, quanto mais na AG” “Pela dimensão de tudo isto, este é o maior escândalo do futebol português.”
Francisco J. Marques Diretor de comunicação e informação do FC Porto