O Jogo

“Este é um grupo que vive de vitórias”

HÓQUEI EM PATINS Rafa, que venceu o terceiro campeonato pelo FC Porto mas lembra que nos outros era júnior e jogava pouco, fala numa “grande alegria”

- RUI GUIMARÃES

Avançado dos dragões conta em exclusivo a O JOGO as emoções de um campeonato ganho na última jornada e com o título a confirmar-se apenas nos últimos segundos

Natural de Barcelos, Rafa começou a jogar aos quatro anos no extinto Barcelinho­s. Aos 25 anos, já soma sete troféus. Este foi o seu quarto título de campeão, mas nos dois primeiros era ainda júnior no FC Porto. Que diferenças entre o título ganho no Valongo em 2013/14 e o de agora pelo FC Porto? —Eu costumo dizer que só tenho dois campeonato­s. Nos outros era júnior e, às vezes, jogava na equipa principal, mas a verdade é que estive nos dois últimos do deca. A principal diferença entre os dois títulos é que em Valongo fomos campeões sem ser um objetivo e no FC Porto o objetivo é ser campeão, senão mesmo o principal objetivo da época. Isso acaba por nos trazer uma pressão acrescida, mas que é boa e à qual, jogando num clube como o FC Porto, temos de estar habituados. De resto, a sensação de ganhar é exatamente a mesma. No FC Porto, o objetivo é ser campeão, mas este foi um título muito sofrido... —Somávamos por vitórias todos os jogos disputados no Dragão, o Riba d’Ave estava a lutar para não descer e nós, com todo o respeito pelo Riba d’Ave, sabíamos que se fizéssemos o nosso trabalho acabaríamo­s por vencer e aí poderíamos espreitar o que se passava no outro jogo. Lembro-me que o nosso ficou resolvido cedo na segunda parte e pudemos ir espreitand­o. Quando acabou, víramo-nos para as televisões e foi na altura em que o João Rodrigues estava a festejar. Todo o trabalho de uma época ia por água abaixo, mas, passados cinco/dez segundos, estávamos vivos outra vez, com o golo anulado. Ainda faltavam cerca de 20 segundos, existiu até um livre direto. Quando acabou foi uma grande alegria. Esses 20 segundos custaram a passar? —Muito. Em vez de 20 segundos pareceram 20 horas, mas o que conta é o final e acabou por correr bem para o nosso lado. Disse que depois de resolverem o jogo iam espreitand­o o que se passava no SportingBe­nfica. Como assim, iam ao banco perguntar?

—Sim, íamos perguntand­o, mas também na bancada as pessoas estavam a seguir e iam-nos dizendo, o nosso staff também, não os treinadore­s, mas pessoas

que estavam sentadas do outro lado do banco, que nos iam contando coisas do outro jogo, os golos, o tempo, as faltas, tudo o que podia influencia­r. Pela dificuldad­e, este é um título que não esquecerá? —Todos os títulos são inesquecív­eis. Ainda não tenho tantos como isso... Aqui no FC Porto são quatro conquistas [ndr: mais duas ainda júnior], com o do Valongo cinco, mas espero que venham muitos mais, temos já aí a Supertaça no início do próximo ano e, num grupo e num clube como este, que só pensa em vencer, queremos sempre mais. Na final da Taça já estavam a falar da Supertaça... —Este é um grupo que vive de vitórias. Ainda não tínhamos disputado a Taça de Portugal e já estávamos a pensar na Supertaça.

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