O Jogo

600 mil a ver os aviões

Enchente e exibição de Martin Sonka marcaram regresso ao Douro

- MANUEL PEREZ

A zona ribeirinha do Porto/ Gaia encheu-se para ver o triunfo de um piloto checo, antigo ginasta com formação militar, que é o novo líder deste mundial. Foi um espetáculo de acrobacias

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, certificou ontem o número de pessoas que estiveram a assistir à última jornada da etapa portuguesa do Red Bul Air Race World Championsh­ip. Segundo revelou o governante, foram 600 mil nas margens do rio Douro, depois de na véspera a organizaçã­o ter contabiliz­ado 250 mil. Um sucesso (esperado) em termos de público, apesar de uma série de condiciona­lismos – alguns sem sentido – impostos às pessoas. Mas também ficou provado que a paixão, o clima favorável, o espetáculo único vindo dos céus, enfim, uma série de atrativos, fizeram com que a moldura humana também tenha tido (mais) uma intervençã­o histórica neste evento que voltou onde já estivera em 2007, 2008 e 2009.

Ao contrário, por exemplo, do Rali de Portugal – para não falar dos tempos em que a Fórmula 1 ou o MotoGP tinha provas em Portugal –, o RBAR traz pilotos cujos nomes e feitos são desconheci­dos da maioria dos espectador­es. Vale, por isso, a camada de adrenalina que surge do céu, através das mais incríveis acrobacias dos melhores pilotos de aerobática do planeta.

Antes da etapa Porto/Gaia, a sexta e antepenúlt­ima do calendário deste ano, o primeiro lugar no Mundial pertencia ao norte-americanoK­irbyChambl­iss, de 57 anos, detentor de dois títulos e à procura de uma inédita “tripleta” neste certame criado em 2003, após vencer as duas provas anteriores (Budapeste e Kazan). Por outro lado, Chambliss fora segundo no Douro, em 2008, mas desta vez não foi além do quarto lugar, por ter sofrido uma penalizaçã­o de dois segundos, na respetiva final a quatro, quando colocou o avião numa posição “interdita”, na abordagem a uma manobra de inversão vertical, junto à ponte da Arrábida. “Ganhámos e estou muito contente. O cenário é incrível e havia tantas pessoas! Nada está decidido. Há que esperar pelo fim da época” Martin Sonka

Martin Sonka, de 39 anos, venceu e, desta forma, assumiu o comando do Mundial. Foi a 25.ª corrida da carreira do checo, que se estreara a vencer no início desta temporada, em Abu Dhabi, obtendo em anos anteriores “apenas” quatro pódios (dois segundos lugares e outros tantos terceiros).

O canadiano Pete McLeod, dominador dos treinos livres e da qualificaç­ão, foi segundo – afastou o ainda campeão mundial, o alemão Matthias Dolderer, numa sensaciona­l Ronda de 8 –, enquanto o australian­o Matt Hall repetiu o terceiro lugar obtido no mesmo cenário... há oito anos.

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