O Jogo

Próximo objetivo: final do Mundial

- Nuno Resende Treinador do Lodi

O s jogos não se ganham no início, mas podem perder-se no início! Contra Moçambique, Portugal apresentou-se com uma equipa mais equilibrad­a e rigorosa nas diferentes fases. Com um ritmo de jogo mais baixo, sem tanta verticalid­ade, mas ciente de que era necessário ter controlo, marcar primeiro e desgastar as principais peças do adversário – estes foram objetivos cumpridos. Inaugurado o marcador e ampliada a vantagem, começou a rotação da equipa. Portugal tornou-se mais pressionan­te com bola e sem ela, mais vertical e com naturalida­de e em transição dilatou a vantagem. Foi muito boa a estratégia delineada para o jogo. Os jogadores estavam mais racionais e consciente­s do seu valor atual e do que se lhes pedia. Gostei de ver, finalmente, o ataque posicional da equipa a funcionar, variando o 3:1 e 2:2 de forma natural, e aproveitan­do mais os segundos momentos das ações, nos quais Moçambique apresentav­a dificuldad­es. No segundo tempo já não estivemos tão bem. Um menor equilíbrio e falhas na leitura do jogo permitiram muitas transições e demasiadas situações de finalizaçã­o ao adversário. Sem ter o resultado em perigo, perdemos uma boa oportunida­de para sistematiz­ar o que de bom

Não será necessário um grande e talentoso Portugal, mas sim uma equipa rigorosa, disciplina­da, solidária e pronta a sofrer

tínhamos realizado na primeira parte. Agora, a Argentina está de novo no nosso caminho, mas numa outra realidade: é um jogo a eliminar e com a possibilid­ade de atingirmos a final. Não creio que o selecionad­or volte a apostar no mesmo cinco inicial. O ritmo e a intensidad­e de jogo serão outros, no processo ofensivo e defensivo a Argentina impõe outra dinâmica e pressão. Portugal terá de, com bola e sem ela, pensar e executar mais rápido, mas sem nunca perder o controlo de jogo. Como havia previsto, Angola esteve quase a eliminar a Argentina e isso, para nós, não será muito positivo. Acredito que o susto que sofreu lhe despertará os sentidos. Escutando as declaraçõe­s dos nossos jogadores no final da partida, percebi que, para além de tranquilos e felizes com a subida do nível coletivo e individual, estão confiantes e, ao mesmo tempo, consciente­s do que será o jogo de hoje. Não será necessário um grande e talentoso Portugal, pois não me parece o momento para isso, mas sim uma equipa rigorosa, disciplina­da, muito solidária e pronta a sofrer. Neste tipo de jogos não é necessário motivar os atletas. Eles intrinseca­mente já o fazem. Se a isto juntarmos um outro ingredient­e, que contra Moçambique já se viu em pista, a alegria de jogo, podemos com naturalida­de afirmar que Portugal pode vencer esta boa Argentina. Como diz o velho ditado português, “não interessa como começa, interessa como acaba”. Vamos Ursos, que temos uma final para alcançar!

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