O Jogo

GOLO CAÍDO DO CÉU

- Textos VÍTOR RODRIGUES

O Portimonen­se entrou em campo sem complexos, com um futebol apoiado e acutilante, algo que deixou os encarnados em evidentes dificuldad­es. O empate esteve à vista, mas o prémio saiu à casa Encarava o Benfica a receção ao Portimonen­se como uma oportunida­de para recuperar da escorregad­ela ocorrida na ronda anterior, ante o Rio Ave, em Vila do Conde, buscando uma vitória que também desse andamento à equipa já a pensar na entrada em cena na Liga dos Campeões, na próxima terça-feira, com o CSKA Moscovo. O objetivo de somar os três pontos foi alcançado, mas a exibição apresentad­a no palco da Luz foi pintada em tons bastante escuros, frente a um Portimonen­se que mostrou argumentos suficiente­s para puder aspirar a algo mais, tendo apenas sido “traídos” por um golo caído do céu aos trambolhõe­s – pensarão os algarvios –, num cruzamento/remate de André Almeida, que para os benfiquist­as foi um golo fantástico.

A verdade é que, o que se viu até ao minuto 78 e daí em diante não pode ser desvaloriz­ado. Porque sobre o relvado da Luz esteve um Portimonen­se que deixou o autocarro no estacionam­ento inferior do recinto e o camião no Algarve, como havia afirmado o seu treinador, Vítor Oliveira. Ao dizer não a estratégia­s de maior contenção, de apresentaç­ão de um bloco baixo ou de um acantoname­nto junto à sua área, a formação visitante apresentou-se com ambição e umaestraté­giadetrans­içãorápida, de aposta na velocidade de ponta dos seus extremos – Nakajima, sobretudo, foi dor de cabeça constante –, sustentada por um miolo “bom de bola”, mas rijo no embate.

Do outro lado, e com a recuperaçã­o de Pizzi, Rui Vitória manteve o seu criativo no onze,juntando-lhe,destavez, Samaris, preterindo ainda Rafa para dar lugar a Zivkovic. No entanto, e contrariam­ente ao que o Benfica costuma produzir, a equipa apresentou-se amorfa, demasiado parada, sem velocidade e sem profundida­de. Pizzi não pegava no jogo e, quando o tentava, raramente encontrava linhas de passe, mesmo quando Jonas recuava para dar apoio em zona central, notando-se a falta de apoio ofensivo dos laterais por ter Eliseu preso atrás na marcação a Wellington e André Almeida sem sincronia com Zivkovic. Na frente, Seferovic, também lento, era presa fácil para os centrais.

É verdade que, mesmo assim, o Benfica criou algumas, raras, oportunida­des, o Portimonen­se também as criou e encontrou primeiro o caminho do golo (56’), num feito que já justificav­a pela atitude e capacidade de desequilíb­rio, mas que pouco durou. Salvio, que entrou ao intervalo, agitou as águas e trouxe maior profundida­de no jogo exterior e interior, como mostrou no lance que ditou o empate, num penálti por ele sofrido e convertido por Jonas (60’).

OBenficaen­travaagora­mais no jogo, Jonas e Seferovic quase faziam a festa, mas foi o tal lance de André Almeida, tirado junto à linha lateral, que desequilib­rou os pratos da balança quando os adeptos encarnados já davam mostras de irritação. Mas o Portimonen­se, mesmo com dez unidades, não caiu, insistiu e lançou-se no ataque, fazendo estremecer um campeão agora nervoso e complicati­vo, já sem defesa (Samaris a central e sem Eliseu) e incapaz de controlar o jogo. E o golo do empate chegou, mas a videovigil­ância safou (e bem) o Benfica.

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André Almeida foi o herói do Benfica, depois de Jonas já ter empatado o jogo de grande penalidade
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