Rui Costa ficou à porta da glória de uma etapa
Belga Thomas de Gendt venceu em Gijón no dia marcado por Rui Costa para ganhar e no qual acabou em quarto. Hoje é o Angliru e é dada a sentença da Vuelta
Vincenzo Nibali, a 1m37s da camisola vermelha, apresenta-se como líder da oposição a Froome. Mas o pódio, os dez melhores e a honra de levantar os braços numa subida mítica também entrarão em jogo
Pela primeira vez na carreira, Rui Costa competiu em duas Grandes Voltas na mesma época. Depois de três segundos lugares em etapas na última Volta a Itália, o posterior acerto do calendário ditou a inclusão no pelotão da Volta a Espanha, mantendo o mesmo objetivo. Ontem esteve perto, mesmo perto, mas foi o belga Thomas de Gendt (Lotto Soudal) que conheceu a glória de vencer a 19.ª etapa da Volta a Espanha, depois de idêntico feito no Giro e no Tour. Chris Froome terminou no pelotão, com os favoritos – apenas Alberto Contador se revelou, mais uma vez, com ambição de atacar – e segurou a camisola vermelha numa jor- nada de concórdia e paz antes do tom bélico que se aguarda hoje no Angliru.
No sprint reduzido aos resistentes da fuga do dia, De Gendt, de 30 anos, superou o colombianoJarlinsonPantano (Trek-Segafredo), segundo, e o espanhol Iván García (Bahrain Merida) terceiro, com Rui Costa (UAE Emirates) a concluir na quarta posição. O desgaste acumulado, numa fase adiantada da época – 84 dias de corrida para o português – baralhou as contas aos que o apontavam como vencedor e permitiu o triunfo em forçadeDeGendt,um“diesel” que se revelou no segundo sucesso consecutivo da LottoSoudal. A exibição de Rui Costa, ao ataque numa fuga a 25, foi, provavelmente, o último estertor dos ciclistas portugueses na Vuelta que deverão deixar a corrida órfã de uma marca vencedora, num jejum semelhante, para mais grave, dos vizinhos espanhóis. Sem vitórias de etapas em grandes voltas desde o triunfo de Nélson Oliveira, em 2015, na Volta a Espanha, não deverá ser hoje que se conhecerá vencedor português. Froome defende a liderança no Angliru e será a infernal subida asturiana, o termo de uma etapa curta, de 117 km, que decidirá o vencedor a consagrar, no dia seguinte, em Madrid. “É uma escalada brutal, muito difícil. E ainda maiscomopisomolhado”,dis- se Froome. “Seria incrível ganhar na subida mais difícil da Vuelta, mas o importante é defender a camisola”, atirou o britânico da Team SKY.