O ANO DO PSG SEM FILTRO
A Liga dos Campeões que hoje começa tem um vilão à James Bond e um português no centro da ação. Como sempre
O clube de Paris já ultrapassa o Barcelona nas probabilidades médias calculadas por 27 casas de apostas. Os franceses estão atrás do Real e do Bayern e bem à frente do contingente de cinco clubes ingleses
Vamos falar muito do PSG esta época, sobretudo se os 400 milhões de euros investidos em dois jogadores – Neymar (ex-Barça) e Mbappé (ex-Mónaco) – derem resultados nos palcos da Liga dos Campeões. Os três participantes portugueses estão bem longe deste apocalipse dos milhões e das contas das apostas. O FC Porto é o candidato 15.º, o Benfica o 16.º e o Sporting o 22.º.
Na véspera do arranque, o jornal francês “L’Équipe” lançou a prova com uma página cheia de ameaças nucleares do presidente da liga espanhola, ainda inconformado com o negócio Neymar, que implicou o pagamento da cláusula de rescisão do jogador, no valor de 222 milhões de euros. Tebas, e muita gente para além dele, entende que a transferência é uma violação descarada do código de fair play financeiro da UEFA, a que se junta o expediente no caso Mbappé, cujo pagamento será feito apenas na próxima época. “Se a UEFA não fizer nada”, afirma Tebas, “vamos ao Tribunal Arbitral do Desporto e à União Europeia.” O espanhol revelou já ter em seu poder um estudo profundo sobre as contas do PSG e do Manchester City, os dois clubes movidos a dinheiro árabe, e a prova de que só conseguem justificar os gastos megalómanos com receitas falsas que até ultrapassam as do Real Madrid, líder absoluto de mercado. No trabalho publicado pelo “L’Équipe”, há declarações de um dirigente da Associação Europeia de Clubes dando conta do “sentimento” de que a FIFA e a UEFA pretendem mesmo sancionar os parisienses. Uma declaração ambígua de Aleksander Ceferin, presidente da confederação europeia, parece confirmá-lo: “Se quero ser tão popular como Michel Platini, sei que devo excluir o PSG das provas europeias.”
Títulos, participações, jogos, vitórias, empates, derrotas, golos marcados e sofridos, autogolos, vermelhos: quase todos os recordes da Liga/Taça dos Campeões são do Real Madrid.
Como sempre, há um português envolvido. Antero Henrique, ex-FC Porto, foi o diretor-geral que coordenou toda a estratégia do vice-campeão francês. Acompanham-no outros seis compatriotas treinadores, um número já habitual na prova. José Mourinho, Leonardo Jardim, Paulo Fonseca, Rui Vitória, Sérgio Conceição e Jorge Jesus não formam desta vez o maior contingente entre os técnicos, mas empatam com os italianos e duplicam a quantidade de espanhóis e argentinos. Juntamente com os cinco participantes ingleses, as 12 taças do Real Madrid e os 400 milhões do PSG são outros números em destaque na edição que hoje arranca.