O Jogo

O ANO DO PSG SEM FILTRO

A Liga dos Campeões que hoje começa tem um vilão à James Bond e um português no centro da ação. Como sempre

- JOSÉ MANUEL RIBEIRO

O clube de Paris já ultrapassa o Barcelona nas probabilid­ades médias calculadas por 27 casas de apostas. Os franceses estão atrás do Real e do Bayern e bem à frente do contingent­e de cinco clubes ingleses

Vamos falar muito do PSG esta época, sobretudo se os 400 milhões de euros investidos em dois jogadores – Neymar (ex-Barça) e Mbappé (ex-Mónaco) – derem resultados nos palcos da Liga dos Campeões. Os três participan­tes portuguese­s estão bem longe deste apocalipse dos milhões e das contas das apostas. O FC Porto é o candidato 15.º, o Benfica o 16.º e o Sporting o 22.º.

Na véspera do arranque, o jornal francês “L’Équipe” lançou a prova com uma página cheia de ameaças nucleares do presidente da liga espanhola, ainda inconforma­do com o negócio Neymar, que implicou o pagamento da cláusula de rescisão do jogador, no valor de 222 milhões de euros. Tebas, e muita gente para além dele, entende que a transferên­cia é uma violação descarada do código de fair play financeiro da UEFA, a que se junta o expediente no caso Mbappé, cujo pagamento será feito apenas na próxima época. “Se a UEFA não fizer nada”, afirma Tebas, “vamos ao Tribunal Arbitral do Desporto e à União Europeia.” O espanhol revelou já ter em seu poder um estudo profundo sobre as contas do PSG e do Manchester City, os dois clubes movidos a dinheiro árabe, e a prova de que só conseguem justificar os gastos megalómano­s com receitas falsas que até ultrapassa­m as do Real Madrid, líder absoluto de mercado. No trabalho publicado pelo “L’Équipe”, há declaraçõe­s de um dirigente da Associação Europeia de Clubes dando conta do “sentimento” de que a FIFA e a UEFA pretendem mesmo sancionar os parisiense­s. Uma declaração ambígua de Aleksander Ceferin, presidente da confederaç­ão europeia, parece confirmá-lo: “Se quero ser tão popular como Michel Platini, sei que devo excluir o PSG das provas europeias.”

Títulos, participaç­ões, jogos, vitórias, empates, derrotas, golos marcados e sofridos, autogolos, vermelhos: quase todos os recordes da Liga/Taça dos Campeões são do Real Madrid.

Como sempre, há um português envolvido. Antero Henrique, ex-FC Porto, foi o diretor-geral que coordenou toda a estratégia do vice-campeão francês. Acompanham-no outros seis compatriot­as treinadore­s, um número já habitual na prova. José Mourinho, Leonardo Jardim, Paulo Fonseca, Rui Vitória, Sérgio Conceição e Jorge Jesus não formam desta vez o maior contingent­e entre os técnicos, mas empatam com os italianos e duplicam a quantidade de espanhóis e argentinos. Juntamente com os cinco participan­tes ingleses, as 12 taças do Real Madrid e os 400 milhões do PSG são outros números em destaque na edição que hoje arranca.

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