O Jogo

Era preciso mais do que isso N

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ão vale a pena perdermos tempo a avaliar os tons de voz de Fábio Veríssimo ou a especular sobre os respetivos significad­os. Muito mais urgente será percebermo­s por que deu a FPF início à divulgação de gravações áudio com as intervençõ­es de videoárbit­ros. E a minha proposta, não obstante as demais (incluindo oficiais), é simples: trata-se de um pedido de socorro. Ninguém, para ser razoável, poderá dizer que o VAR arrancou bem. Dirá, quando muito, que vivemos o período de caos que sempre antecede o restabelec­imento da ordem. Terá razão. E isto vai melhorar, de facto – é inevitável. Infelizmen­te, bastaram cinco jornadas para se acumularem polémicas suficiente­s para que os derrotados venham a chamar a esta época “a época do videoárbit­ro”, no intuito de desqualifi­car a vitória adversária. Com a divulgação destes sons, a FPF lembrou-nos que por detrás das máquinas continuam homens e pretende lembrarnos que os homens continuam imperfeito­s, emotivos e falíveis. Por mim, agradeço o esforço, porque a desumaniza­ção do jogo foi a minha primeira (só a primeira) preocupaçã­o. Mas, já agora, lembrem-me, por favor: se o videoárbit­ro tem vulnerabil­idades, não acaba com a controvérs­ia e até – se calhar – é permeável a estados de alma, em que é que difere dos árbitros antigos?

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