De Boer supersónico
Treinador holandês foi despedido do Crystal Palace, após 77 dias; no Inter de Milão aguentara 85...
Quatro derrotas nas quatro primeiras jornadas precipitaram a chicotada precoce, algo a que o treinador começa a habituar-se. Na Premier League, só dois aguentaram menos tempo
Após quatro derrotas em quatro jogos, o Crystal Palace despediu Frank de Boer. O holandês tinha contrato para dois anos, mas ficou apenas 77 dias no clube, tornando-se, assim, no terceiro despedimento mais rápido de sempre da Premier League: Les Reed (40 dias no Charlton, em 2006-07) e o também holandês René Meulensteen (74 dias no Fulham da época 201314) suplantam-no na matéria, embora De Boer suba para o topo da lista se, em vez de dias, forem contados os jogos em que efetivamente esteve no banco – quatro; Les Reed orientou sete nos tais 40 dias. Outro detalhe: o agora ex-treinador do Crystal Palace parece estar a especializar-se em reinados curtos, ou indemnizações supersónicas, porque o anterior emprego, no banco do Inter de Milão, durou apenas 85 dias. Roy Hodgson, ex-selecionador inglês despedido depois da derrota com a Islândia no Europeu de França, assume o cargo. Hodgson, de 70 anos, não voltou a treinar desde que deixou aseleçãoe,segun doas notícias, o melhor convite que recebera antes deste foi para participar na versão britânica do programa televisivo “Dança dos Fa- mosos”.
Apresentado muitas vezes como o paraíso da paciência para os treinadores – o reinado de Alex Ferguson no Manchester, com títulos, durou 26 anos; ArsèneW eng erjáp assou dos 20 no Arsenal e nem precisou de muitos troféus... –, o futebol inglês, misturando aqui todos os escalões, tem um historial caricato no que toca a saídas precoces. Leroy Rosenior continua a ser imbatível na matéria, porque, em 2007, ficou apenas 10 minutos no cargo. Assumiu funções no Torquay, descobriu que o emblema tinha sido vendido e a primeira decisão dos novos donos foi... despedi-lo; em 1984, David Basset ficou quatro dias no Crystal Palace; Kevin Cullis aguentou mais três dias no Swansea, totalizando sete; Billy McKinlay chegou aos oito no Watford, em 2014; Martin Ling conseguiu nove no Cambridge, em 2009; Micky Adams 13 no Swansea, em 1997; Oscar Garcia 27 dias no Watford, saindo por razões de saúde, segundo o que foi escrito; Paul Hart ficou 28 dias no Queens Park Rangers, em 2009; Steve Coppel 33 dias no Manchester City, em 1996; Steve Claridge 36 dias no Millwall, em 2005-06.