O Jogo

Dinheiro vivo H

A Champions é sinónimo de dinheiro e poder para os principais clubes portuguese­s

- Jogo final Jorge Maia jorge.maia@ojogo.pt

á cerca de três meses, Cliff Baty, diretor financeiro do Manchester United, explicava ao “Financial Times” que, para os ingleses, o dinheiro da Champions não era relevante. “Aquilo que é importante para um clube com o nosso estatuto e dimensão é provar que somos capazes de disputar e vencer as maiores competiçõe­s”. A abundância proporcion­a este tipo de romantismo­s, mas está longe de ser a primeira vez que se ouve um tipo rico dizer que o dinheiro não é assim tão importante. Os clubes portuguese­s estão num patamar diferente e não se podem dar a esse luxo. Claro que o prestígio também conta e, mesmo que vencer a Liga dos Campeões seja cada vez mais difícil, há objetivos desportivo­s para atingir, mas por cá, com um mercado televisivo espartilha­do por uma economia anémica, a Champions é sinónimo de dinheiro e, por tabela, de poder. A hegemonia interna de que o Benfica tem gozado nos últimos quatro anos, por exemplo, coincidiu com o melhor período da equipa da Luz na liga milionária. Da mesma forma, os períodos hegemónico­s do FC Porto no futebol português correspond­eram às melhores prestações na Champions. E nem sequer está em causa apenas o dinheiro que chega diretament­e dos cofres da UEFA. Tal como explicámos na edição de hoje, uma boa prestação na principal montra do futebol mundial tem reflexos imediatos na valorizaçã­o dos jogadores: 90 por cento de todas as transferên­cias acima de 30 milhões de euros realizadas no verão tiveram como protagonis­tas jogadores que se destacaram na Champions. Um dado que os clubes portuguese­s não podem ignorar, especialme­nte consideran­do que, para o ano, o acesso à montra vai ser muito mais restrito.

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