Campeão às aranhas
Exibição sem brilho acabou numa reviravolta a favor dos russos
Seferovic
marcou e atirou-se ao árbitro
RUI VITÓRIA: “HOUVE COISAS BEM FEITAS”
O jogo teve no lance do golo encarnado e num remate de Grimaldo ao poste pontos altos. A grande penalidade assinalada a André Almeida desequilibrou as águias, que colapsaram em oito minutos
O Benfica arrancou a fase de grupos da Liga dos Campeões com uma derrota frente a um CSKA que soube aproveitar da melhor forma a pálida exibição dos encarnados, em linha com oqueesteshaviamfeitoperante o Portimonense. As águias entraram mal, melhoraram na segunda parte, onde passaram para a frente do marcador, mas foram-se novamente abaixo após o empate, num lance de grande penalidade questionável e que abriu caminho à reviravolta dos visitantes. O que não apaga por completo os erros defensivos da equipa da Luz e a incapacidade em converter em golos os vários remates feitos, numa noite onde a posse de bola (65%) foi desperdiçada.
O Benfica entrou em campo contra o CSKA de Moscovo com o mesmo fato que usara, em boa parte do tempo, na receção ao Portimonense. Não com os mesmos protagonistas pois, aí, Rui Vitória procedeu a três mexidas (entraram Grimaldo, Filipe Augusto e Zivkovic para os lugares de Eliseu, Samaris e Cervi), mas com similar desinspiração. Ou tristeza, no que respeita à forma de jogar,ondeocoletivoraramente teve momentos de imaginação para contornar o compacto bloco defensivo de uns russos que foram à Luz determinados a não sofrer golos e a enervar as águias. E a estratégia inicialmente montada por Viktor Goncharenko foi-se revelando eficaz. Os cinco defesas (Vasin e os irmãos Berezutski, que jogam quase de olhos fechados, auxiliados nas alas por Mário Fernandes e Schennikov) cerraram fileiras com os médios Wernbloom, Golovin e Dzagoev, estrangulando o último terço das águias. Do lado do Benfica, ter mais bola não significava jogar mais e muito disso derivou do “aperto” dado a Pizzi e, essencialmente, por Wernbloom a Jonas. O avançado brasileiro até recuperou a tempo do jogo, mas não lhe foi dadograndeespaçopelosueco. Sem ideias nem soluções nem rasgos individuais, os jogadores encarnados procuravam surpreender em bolas para a área contrária, estratagema quase sempre infrutífero ou em tiros de longe. Seria aí, de resto, que as águias quase mudavam o destino do jogo na primeira parte: Grimaldo, num estoiro pleno de confiança, acertou pelo lado de fora do poste esquerdo de Akinfeev, aos 37’. Algo que tirou alguma da tensão que se sentia nas bancadas, mas que não impediu os jogadores encarnados de rumarem aos balneários a ouvir assobios.
No regresso ao relvado, houve mais Benfica e o golo de Seferovic, num dos raros momentos de futebol tricotado e geométrico, com a renovada ala esquerda [Grimaldo e Zivkovic] a evidenciar-se, foi o ponto alto da noite para os encarnados. Mas, quando parecia que os anfitriões se estavam a reencontrar, veio a grande penalidade assinalada pelo espanhol Alberto Mallenco, após dois minutos em que o CSKA esteve na área encarnada e a bola não foi afastada. Em oito minutos, os russos passariam para a frente no marcador, em mais um lance onde os defesas do Benfica foram pouco expeditos. Daí até ao final, Rui Vitória arriscou o que podia, lançando Jiménez e estreando Gabigol, mas as muralhas do CSKA mantiveram-se compactas, levando para a Rússia os três pontos, como o Zenit zera em 2014/15.