Futebol e votos abrem debate
A CNE acha “desaconselhável” a realização de jogos no dia 1, mas a Liga garante que não há alternativa
Além do escaldante Sporting-FC Porto, estão agendados os jogos BragaEstoril, Marítimo-Benfica e Belenenses-V. Guimarães. Fim de semana entre UEFA e jogos de seleções na origem do agendamento
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) e a Liga manifestaramvisõesopostasnoque diz respeito à realização de jogos de futebol a 1 de outubro, dia de eleições autárquicas. Além do clássico entre Sporting e FC Porto, em Alvalade, às 18 horas, uma hora antes do fecho das urnas, estão agendados outros três jogos para esse domingo: Braga-Estoril (16h00), Marítimo-Benfica (20h15) e Belenenses-V. Guimarães (20h30).
A lei não proíbe a coincidência destes eventos, mas, para a CNE, é um fator que pode potenciar a abstenção. O portavoz do organismo, João Tiago Machado, reiterou a posição que já tinha sido assumida em setembro de 2015, aquando da realização de jogos em dia de eleições legislativas (ver caixa). “É desaconselhável a realização de eventos desta naturezaque,emabstrato,potenciam aabstençãodeumnúmeroque podesersignificativodeeleito-
de res que, para além dos profissionais envolvidos, se deslocam para fora do local da sua residência habitual”, lê-se na ata da reunião plenária do CNE de 8 de setembro de 2015.
Ainda ontem, a Liga, através de uma carta dirigida à CNE a que a Lusa teve acesso, justificou a marcação dos jogos com a “participação das equipas portuguesas em competição europeia na semana anterior, à necessidade de acautelamento do intervalo regulamentar entre jogos de 72 horas, bem como a obrigatoriedade de libertação dos jogadores para as seleções, no dia 2”. Por outro lado, António Barroso, diretor de comunicação da Liga, vincou que o organismo está “convicto de que os portugueses têm plena noção dos seus deveres e responsabilidades cívicas”.
“Estes eventos potenciam a abstenção; número pode ser significativo”
Ata Comissão Nacional Eleições “A Liga está convicta de que os portugueses têm plena noção dos seus deveres”
António Barroso
Diretor de comunicação da Liga