O Jogo

CAMBALHOTA E UM “FRANGO” À MODA DE ESPINHO

Benfica estava a ganhar ao intervalo, mas o Boavista teve uma reação positiva no segundo tempo e conseguiu a reviravolt­a no marcador, num jogo marcado pela fífia de Bruno Varela

- Textos MANUEL CASACA

Há sempre uma primeira vez para tudo e ontem foi a vez de Jorge Simão ganhar pela primeira vez ao Benfica, depois de seis derrotas noutros tantos jogos. Já o Benfica perdeu o segundo jogo seguido Jorge Simão estreou-se em grande como treinador do Boavista ao vencer um Benfica que está claramente em défice de qualidade. O tetracampe­ão nacional até esteve em vantagem no marcador, parecia ter o jogo controlado, até porque a equipa axadrezada não dava sinais de responder à adversidad­e, mas ao intervalo tudo mudou. Mérito para o sucessor de Miguel Leal no banco boavisteir­o. Com pouco tempo para preparar o jogo, o treinador do Boavista manteve o onze que perdeu em Guimarães e a resposta foi praticamen­te a mesma, ou seja, a equipa teve poucas ideias, jogadores pouco combativos e um futebol cinzento. Em suma, 45 minutos perdidos. Aproveitou e bem o Benfica para se adiantar no marcador e criar vários problemas ao adversário. E se Jorge Simão não fez alterações, Rui Vitória foi obrigado a mexer na equipa, já que Lisandro não estava em condições. Para o lugar do central argentino entrou o jovem Rúben Dias, que fez a estreia na equipa principal.

Apostado em apagar a imagem deixada com o CSKA para a Liga dos Campeões, foi com naturalida­de que o Benfica chegou à vantagem, através de um golo de Jonas. O brasileiro aproveitou uma das muitas falhas de marcação dos centrais do Boavista e fez o sétimo golo no campeonato, cimentando a liderança na tabela dos marcadores. A sensação que dava era que o mais difícil estava conseguido, até porque o Boavista não conseguia reagir. A defesa axadrezada dava espaços, o meio-campo não tinha capacidade de recuperaçã­o de bolas e não havia criativida­de. Nesses primeiros 45 minutos, os boavisteir­os apostavams­obretudo nos lances de bola parada, mas sem êxito.

O Benfica foi para o intervalo a ganhar e demorou a perceber que o Boavista estava muito diferente na segunda parte, fruto da troca de David Simão por Gilson. O médio cedido pelo Benfica fez uns 45 minutos muito maus. Não recuperou,não construiu e deu pouca alegria ao jogo. Com David Simão tudo foi diferente, até porque o esquerdino permitiu à equipa soltar-se. O Benfica passou então a sentir maiores problemas para travar as investidas de jogadores como Kuca e Renato Santos, acabando por ser o ala português a empatar o jogo, num lance em que a defesa encarnada não conseguiu tirar a bola da área, na sequência de um lançamento lateral.

Além de ver os três pontos a fugir, Rui Vitória percebeu que a equipa tinha de fazer mais. Já depois de ter apostado em Rafa, meteu mais dois avançados, Raúl Jiménez e Gabriel Barbosa, mas nessa altura já o Boavista dava menos espaços atrás e saía com mais confiança para o ataque, onde morava Bulos. O peruano deu sempre muito trabalho aos adversário­s e foi sobre ele que Filipe Augusto cometeu a falta que resultou no golo da vitória boavisteir­a. O livre direto foi apontado por Fábio Espinho e Bruno Varela deu um “frango” monumental quando tentava agarrar a bola. O Benfica ainda tentou a igualdade, mas estava consumada a segunda vitória do Boavista no campeonato e a segunda derrota consecutiv­a dos encarnados, que já tinham perdido a meio da semana para a Liga dos Campeões.

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David Simão anula com raça a investida de Rafa
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