AINDA É CEDO PARA
PROEZA Feito da árbitra alemã, ao apitar na Bundesliga, ainda está longe de ser realidade em Portugal
A grande preocupação do Conselho de Arbitragem é, nesta altura, o recrutamento de elementos femininos. Ter árbitras capazes de entrar no quadro principal masculino fica para médio prazo
Bibiana Steinhaus, uma polícia alemã e namorada do ex-árbitro profissional Howard Webb, cometeu na semana passada uma proeza inédita: foi a primeira árbitra a dirigir um jogo da Bundesliga (Hertha de Berlim-Werder Bremen), o que ainda não acontecera nos principais campeonatos europeus. E em Portugal? Poderemos ter uma Bibiana a curto prazo? A resposta é clara: para já ainda não é possível. “A médio/longo prazo poderemos ter uma Bibiana em Portugal, mas atualmente, pela fase de desenvolvimento da arbitragem feminina que atravessamos, não faz sentido que seja uma preocupação ter uma árbitra no quadro principal masculino”, explica Ana Raquel Brochado, vogal do Conselho de Arbitragem da FPF da secção não profissional e responsável pela arbitragem feminina. Para termos uma Bibiana em Portugal, uma associação terá de indicar uma árbitra para integrar o denominado estágio C3 avançado. Conseguida a qualificação, a candidata faz todo o percurso de um árbitro, cumpre os testes obrigatórios (físicos e teóricos), pode subir ao C2 e, posteriormente, ao C1 se tiver classificação para tal. Se nos campeonatos profissionais é, para já, impossível, vermos um jogo dirigido por uma mulher, nos não profissionais esta já é uma realidade, embora com algumas limitações. O regulamento prevê que uma árbitra possa apitar no Campeonato de Portugal em situações extraordinárias, nomeadamente em fases de preparação para competições internacionais com o intuito de lhe dar um ritmo competitivo mais elevado do que o habitual. Foi o que aconteceu com Sandra Bastos, a portuguesa mais internacional que integra a elite da UEFA. A árbitra de Aveiro já dirigiu um Mirandela-Fafe e um SanjoanenseEstarreja. Atualmente há 200 árbitras em Portugal. Nas categorias C1eC2–umanovidadeimplementada esta época pelo Conselho de Arbitragem para acompanhar a evolução da Liga feminina – são 46, um número que quase triplicou em relação às árbitras que havia quando foi criada, em 2000, a categoria feminina: eram 17. O grande objetivo dos responsáveis pela arbitragem feminina é continuar a ver aumentar o número de árbi-