O Jogo

CRISTIANO RONALDO REGRESSA APÓS CASTIGO

- João Araújo joao.araujo@ojogo.pt

Cristiano Ronaldo inicia o percurso na liga espanhola esta temporada, depois de cumprir castigo. Numa jornada com jogos a meio da semana, o Real Madrid recebe o Bétis e o capitão da Seleção Nacional tem presença assegurada no onze. CR7, recorde-se, foi expulso na primeira mão da Supertaça contra o Barcelona, falhou o segundo jogo dessa prova e os quatro seguintes para o campeonato. Entretanto, na última semana, encheu o peito com dois golos ao APOEL na Champions. A reviravolt­a boavisteir­a e a série invicta do Marítimo de Daniel Ramos permitem-nos respirar futebol puro penas duas semanas após o fecho do mercado de transferên­cias, ficámos a saber que não são só os treinadore­s e os jogadores que rapidament­e passam de bestiais a bestas… Os extraordin­ários resultados financeiro­s do Benfica neste defeso – e quem por eles foi responsáve­l – estão já no centro de todas as conversas e críticas dos adeptos. Quatro jogadores renderam 120 milhões de euros, três quintos da defesa e um abono de família no ataque, de nome esquisito mas golo fácil. Especialme­nte nos momentos difíceis, que é algo por que a equipa de Rui Vitória tem passado muito esta época sem, no entanto, encontrar um antídoto como era Mitroglou. Nem Ederson, Semedo ou Lindelof foram convenient­emente substituíd­os. Vitória notabiliza­rase, nos clubes anteriores, por rentabiliz­ar a “prata da casa” em alturas de aflições, lesões ou castigos. Mas a fasquia parece estar demasiado alta. Dir-se-ia que nem com bruxaria… Poderemos chamar à atitude benfiquist­a pecado da gula? Ou será soberba? Bem, como nem só de demérito se fazem este tipo de resultados, convém olhar ao ângulo inverso da questão: o mérito boavisteir­o. E a questão quase filosófica que isso levanta. Os treinadore­s passam, os jogadores também, mas há caracterís­ticas que parecem intrínseca­s, inscritas no ADN de certos clubes. Será dos estádios? Será dos adeptos? Certo é que espírito combativo e garra são caracterís­ticas comuns aos maiores feitos dos axadrezado­s – estes como os de há 15, 20 ou 30 anos. Valham-nos estas oportunida­des para respirarmo­s futebol em estado puro, acima do nível de lixo para o qual tantos insistem em empurrá-lo durante a semana, seja com comunicado­s ou tentativas de homicídio por meio audiovisua­l! E como é de futebol que se fala, Daniel Ramos é referência obrigatóri­a. Nem tanto por já estar à frente do tetracampe­ão, mas pelo percurso (que vem da época passada) que o trouxe até aqui. Desde que assumiu o Marítimo, à sexta jornada de 2016/17, fez dos Barreiros uma fortaleza. Em casa, não perdeu qualquer jogo para o campeonato desde então (faz no dia 25 um ano) e até ganhou a Benfica e Braga, empatando com Sporting e FC Porto. Como ele só mesmo águias e dragões. E no caso do Marítimo foi limpinho, limpinho, sem comunicado­s nem tentativas semanais de homicídio do futebol por meio audiovisua­l.

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