CRISTIANO RONALDO REGRESSA APÓS CASTIGO
Cristiano Ronaldo inicia o percurso na liga espanhola esta temporada, depois de cumprir castigo. Numa jornada com jogos a meio da semana, o Real Madrid recebe o Bétis e o capitão da Seleção Nacional tem presença assegurada no onze. CR7, recorde-se, foi expulso na primeira mão da Supertaça contra o Barcelona, falhou o segundo jogo dessa prova e os quatro seguintes para o campeonato. Entretanto, na última semana, encheu o peito com dois golos ao APOEL na Champions. A reviravolta boavisteira e a série invicta do Marítimo de Daniel Ramos permitem-nos respirar futebol puro penas duas semanas após o fecho do mercado de transferências, ficámos a saber que não são só os treinadores e os jogadores que rapidamente passam de bestiais a bestas… Os extraordinários resultados financeiros do Benfica neste defeso – e quem por eles foi responsável – estão já no centro de todas as conversas e críticas dos adeptos. Quatro jogadores renderam 120 milhões de euros, três quintos da defesa e um abono de família no ataque, de nome esquisito mas golo fácil. Especialmente nos momentos difíceis, que é algo por que a equipa de Rui Vitória tem passado muito esta época sem, no entanto, encontrar um antídoto como era Mitroglou. Nem Ederson, Semedo ou Lindelof foram convenientemente substituídos. Vitória notabilizarase, nos clubes anteriores, por rentabilizar a “prata da casa” em alturas de aflições, lesões ou castigos. Mas a fasquia parece estar demasiado alta. Dir-se-ia que nem com bruxaria… Poderemos chamar à atitude benfiquista pecado da gula? Ou será soberba? Bem, como nem só de demérito se fazem este tipo de resultados, convém olhar ao ângulo inverso da questão: o mérito boavisteiro. E a questão quase filosófica que isso levanta. Os treinadores passam, os jogadores também, mas há características que parecem intrínsecas, inscritas no ADN de certos clubes. Será dos estádios? Será dos adeptos? Certo é que espírito combativo e garra são características comuns aos maiores feitos dos axadrezados – estes como os de há 15, 20 ou 30 anos. Valham-nos estas oportunidades para respirarmos futebol em estado puro, acima do nível de lixo para o qual tantos insistem em empurrá-lo durante a semana, seja com comunicados ou tentativas de homicídio por meio audiovisual! E como é de futebol que se fala, Daniel Ramos é referência obrigatória. Nem tanto por já estar à frente do tetracampeão, mas pelo percurso (que vem da época passada) que o trouxe até aqui. Desde que assumiu o Marítimo, à sexta jornada de 2016/17, fez dos Barreiros uma fortaleza. Em casa, não perdeu qualquer jogo para o campeonato desde então (faz no dia 25 um ano) e até ganhou a Benfica e Braga, empatando com Sporting e FC Porto. Como ele só mesmo águias e dragões. E no caso do Marítimo foi limpinho, limpinho, sem comunicados nem tentativas semanais de homicídio do futebol por meio audiovisual.