O Jogo

Ristovski e a folha limpa

Lateral destacou-se no décimo jogo sem derrotas: não acontecia há 24 anos

- Textos RUI MIGUEL GOMES

Jesus: “Demos três passos à frente”

Os centrais André Pinto, Tobias Figueiredo ou os médios Petrovic e Mattheus Oliveira deixaram a desejar. Há 24 anos que os leões não faziam os primeiros dez jogos da época sem derrotas

Um Sporting carregado de habituais suplentes – apenas Alan Ruiz e Iuri Medeiros se mantiveram no onze face à receção ao Tondela, eles que têm no banco um posto quase cativo – deu fôlego ao Marítimo, aquele que poderá ser, no Grupo B, o principal opositor dos leões na corrida por um lugar nas meias-finais da prova, cedendo um empate caseiro, marcado pela inconsistê­ncia de processos ofensivos e, sobretudo, pela desinspira­ção no momento de definir e finalizar os mesmos. Jorge Jesus, previsível nas opções e forçado pelo aperto do calendário, rodou toda a equipa – bitola da rotativida­de que Daniel Ramos repetiu à exceção de três unidades: Pablo Santos, Bebeto e Gamboa –, mostrou Ristovski aos adeptos e viu uma série de elementos provarem a diferença entre o que é ser uma opção de qualidade inquestion­ável para o onze e uma unidade de recurso em momentos de aperto durante a época. Aliás, entre os atletas escalados por Jesus, foi claro que o ritmo de Doumbia, sempre o homem mais perigoso e dotado de maior agressivid­ade nas ações, é bem distinto de outros, que, salvo raras exceções, dificilmen­te terão de Jesus os minutos desejados – que o digam André Pinto, Tobias Figueiredo, Petrovic ou Mattheus Oliveira, que justificar­am... “bola”.

Cedo se viu que a disposição dos da casa para o jogo passava pela espera do que o mesmo fosse dando, com Mattheus Oliveira em zona central a desesperar o treinador, que, à passagem da meia hora, viu-se forçado a encostá-lo à esquerda, resgatando Bruno César para o centro, de modo a que o coletivo apresentas­se maior esclarecim­ento a definir entre o futebol apoiado dos insulares. Estes, carentes de objetivida­de no momento de atacar os centrais contrários, conseguira­m sair sempre com qualidade no passe e na transição durante os primeiros 45’, nos quais tiveram como momento de grande aperto o cabeceamen­to de Petrovic à barra. Piqueti, entre os madeirense­s, foi o mais afoito, exigindo raça e abnegação a Ristovski.

Faltava velocidade e Jesus viu as suas correções conduzirem ao melhor período coletivo da equipa, com 20 minutos de ritmo mediano, suficiente para, explorando os corredores, suscitar oportunida­des de golo, a maior parte delas desperdiça­das pelo marfinense Doumbia. O técnico leonino tentou tudo, em particular olhando para a profundida­de que necessitav­a nos flancos, puxando por Acuña e ainda Podence. Mas os centrais contrários, certinhos, lá foram dando conta do recado quando o jogo era flanqueado, em particular pelo internacio­nal argentino, coadjuvado pelo compatriot­aJonathanq­uando vinha embalado lá detrás. A derradeira tentativa de Jesus ainda passou pela parceria que Doumbia melhor conhece, recorrendo a Podence para o apoio, mas nem assim as investidas à baliza de Amir foram frequentes. Daniel Ramos espreitou o ataque com Ricardo Valente, pensando na fadiga de Ristovski, mas o plano saiu-lhe furado e foi Jean Cléber a segurar o nulo no miolo. Os leões mantém a invencibil­idade, como não se via há 24 anos, desde Robson, e Jesus é o primeiro treinador leonino luso invicto nos primeiros dez jogos da época.

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Petrovic fez uso da sua estatura para impedir investidas contrárias e ainda cabeceou uma bola à trave
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Podence voltou a jogar ao fim de um mês, mas só agitou o jogo quando passou a atuar pelo corredor central
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