O Jogo

Sete segundos tiraram pódio a N. Oliveira

Quarto lugar no Mundial de contrarrel­ógio

- CARLOS FLÓRIDO HELENA DIAS

Sentado na cadeira quente equivalent­e ao melhor resultado, o bairradino de 28 anos só perdeu o pódio para os favoritos à conquista do título. Durante 50 minutos, a comitiva portuguesa sofreu

Nélson Oliveira obteve o melhor resultado de sempre de um ciclista luso no Mundial de contrarrel­ógio, superando o sétimo lugar que fizera em Ponferrada, em 2014, mas o seu quarto posto obtido ontem em terras norueguesa­s significou bem mais do que isso: rubricando o melhor tempo quando apenas faltavam mais 15 corredores, só com a chegada de Primoz Roglic perdeu o primeiro lugar e dos cinco restantes apenas Tom Dumoulin, novo campeão, e Chris Froome, medalhado de bronze, o bateram.

Oliveira já em sub-23 tinha alcançado a prata, no Mundial de 2009, na Suíça. O quarto lugar em Bergen reflete uma performanc­e sempre em crescendon­ospontosin­termédios decronomet­ragemecomu­ma explosão fulgurante na subida final, comprovand­o a forte evolução na especialid­ade. O português terminaria os 31 km a sete segundos do bronze de Froome, no lugar mais ingrato, e a 1m28s do ouro de Dumoulin.

“Estou muito contente com o quarto lugar. É verdade que fiquei à porta da medalha, mas o ciclismo é mesmo assim. Já no ano passado me aconteceu isto no campeonato da Europa. Apesar de terminar tão perto, estou feliz com o resultado. Agradeço à Federação, à minha equipa e à minha família”, afirmou Oliveira.

Num percurso em que trocar de bicicleta, no início da subida final de 3,4 km do monte Floyen, podia ditar ganho ou perda de tempo, Oliveira decidiu-se pela troca: “A verdade é que não estava à espera de fazer este resultado, mas senti-me bem em todo o percurso. Sabia que tinha de regular a força para a última subida. Muitos vão perguntar se a troca de bicicleta foi uma boa opção. Perdi algum tempo na mudança, mas tenho a certeza de que com a bicicleta de contrarrel­ógio não faria a subida que fiz. Reconheço que a chuva na última série pode ter-me favorecido.”

Rui Costa correu pela segunda vez esta prova e foi 33.º – em 2011 fora 49.º. “Tive boas sensações e controlei a prova dentro das minhas expectativ­as. Consegui produzir os watts que tinha definido. É certo que depois da recuperaçã­o pós-Vuelta este contrarrel­ógio ajuda a ganhar ritmo para a prova de fundo, mas o objetivo principal não era esse, mas dar o meu máximo”, comentou o campeão de estrada de 2013.

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Nélson Oliveira fez um contrarrel­ógio em crescendo e quase conseguiu o pódio com uma fulgurante subida final

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