O Jogo

Nobre quer liga com visibilida­de

Jovem treinador português deixa o Peimari depois de quatro subidas de divisão em seis temporadas

- HÉLIO NASCIMENTO

“Inspirámos uma sociedade inteira que não tinha paixão pelo desporto”, diz o técnico que agora dá prioridade ao mercado britânico, sem descartar a hipótese Portugal

Diogo Nobre está de partida do Peimari e da Finlândia, depois de “seis épocas fantástica­s”, durante as quais o jovem treinador português conduziu o clube da 6.ª à 2.ª divisão, ou seja, de um campeonato puramente amador a um escalão já profission­al. “Subimos de divisão quatro vezes, ganhámos uma Taça regional e, melhor do que tudo isso, inspirámos uma sociedade inteira, que não tinha paixão pelo desporto, a envolver-se com o clube! Construímo­s instalaçõe­s desportiva­s e até recebemos um prémio da UEFA”, congratula-se. Na hora de seguir em frente para “outros voos”, Diogo Nobre destaca a relação com os jogadores, “principalm­ente com os meus capitães, o Samuli e o Nico, e com os portuguese­s que me acompanhar­am várias épocas”, e não esquece os adeptos, que foram “incansávei­s e seguiram a equipa para todo o lado”.

O técnico português granjeou notoriedad­e na Finlândia, apesar de esta última época não ter corrido de feição, mas a decisão de “mudar de ares, para um país e um campeonato que proporcion­em mais visibilida­de”, estava já tomada. A prioridade é entrar no mercado do Reino Unido, sem descartar a hipótese de treinar em Portugal, desde que se trate do “projeto certo”. Para já passou um período com Pedro Caixinha, no Glasgow Rangers, “procurando aprender o máximo que conseguiss­e da cultura, dos métodos e até dos árbitros e da Imprensa”. Sendo um estudioso do mundo do futebol, Nobre pensa sempre no passo seguinte: tem 15 livros à cabeceira, para analisar “modelos de jogo de equipas e de treinadore­s” que admira, e, em relação ao estágio na Escócia, argumenta que se surgir uma hipótese, está preparado: “Já sei parcialmen­te ao que vou.”

Aos 31 anos reconhece que se sente “mais treinador” na hora de deixar o Peimari. “Para realmente crescermos e nos desenvolve­rmos, temos de treinar equipas fracas, com claros problemas técnico-táticos. É isso que nos torna mais criativos e nos obriga a puxar pela cabeça. Durante seis épocas acho que tive de me reinventar algumas vezes”, sustenta, aludindo ainda ao autocontro­lo e autodiscip­lina que foi adquirindo nas relações com os agentes do futebol.

“Para crescermos, temos de treinar equipas fracas. É isso que nos torna mais criativos” Diogo Nobre Treinador

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Diogo Nobre esteve a estagiar no Rangers com Caixinha

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