O Jogo

A tecnologia é uma ferramenta

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uve-se e não se acredita. Todas as semanas o VAR dá raia. Agora, Pedro Proença vem dizer que isso “era expectável”; que, em todo o caso, “somos uma das cinco ligas profission­ais com o sistema” em ação; e que o que temos, nós todos, é de “ver as coisas sempre pelo lado positivo”. Parece mentira, mas não é. O presidente da Liga sabia mesmo que isto ia dar raia; apostou mesmo no sistema antes de ele estar devidament­e operaciona­lizado na plena consciênci­a de que a única vantagem disso era podermos reclamar ter sido dos primeiros; e conta mesmo com que, agora, calemos a boca perante a entrega de mais uma época à berraria – e à berraria a dobrar – em defesa dessa absurda ideia de bem supremo. É o mundo ao contrário. Por onde é que uma pessoa começa a desmontar uma tão ingénua visão do mundo sem se extenuar antes de chegar ao fim? Quer um exemplo do que é, neste momento, o vídeoárbit­ro, Dr. Proença? É pôr os olhos naquilo em que redundou o Sporting-Braga. Posto o problema, Nuno Saraiva fez o que tinha a fazer: criou uma manobra de diversão; António Salvador fez o que tinha a fazer: contra-atacou com tudo; Bruno de Carvalho fez o que tinha a fazer: defendeu o seu clube. E os resultados de toda a gente fazer o que tinha a fazer são: os dois clubes estão com as relações por um fio; a origem do problema, que foi o erro da arbitragem, continua por corrigir; e esse erro, incompetên­cia simples no caso do árbitro de campo, passou a incompetên­cia grosseira no caso do árbitro da rulote. Já tinha acontecido com o Benfica. Vai acontecer com outros clubes. E tudo isto em prol do quê? De sermos os primeiros a chegar? Mas isto é o jogo da macaquinha do chinês ou é um desporto profission­al?

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