O Jogo

Braga abriu fogo

SAD minhota ataca Conselho de Arbitragem, APAF, Liga e os três grandes. Só escapa Fernando Gomes

- PEDRO MARQUES COSTA

“Esforço de transparên­cia do CA não passa de uma operação de cosmética”

A SAD do Braga lamenta a falta de resposta aos apelos feitos depois do jogo com o Sporting. “O futebol português está demasiado comprometi­do na defesa do status quo vigente”, acusam os arsenalist­as

O “silêncio” das instâncias do futebol português“apelos lançados” pela SAD do Braga (na sequência do jogo de Alvalade), levou a administra­ção liderada por António Salvador a aumentar o tom das críticas, desta vez dirigidas, concretame­nte, ao Conselho de Arbitragem, APAF e Liga de clubes. Num extenso comunicado emitido ontem, a SAD detalhou os reparos feitos a cada um dos órgãos do futebol português, tendo começado por atacar o Conselho de Arbitragem, na pessoa do seu presidente, José Fontelas Gomes. “O Conselho de Arbitragem (CA), direta e oficialmen­te interpelad­o pela Braga SAD, mostrou-se incapaz de prestar um simples esclarecim­ento, refugiando-se numa entrevista do seu presidente, que se limita a confirmar o que se temia: o esforço de transparên­cia do CA não passa de uma operação de cosmética que permite a saída dos áudios, nos momentos mais vantajosos, para embelezame­nto do VAR, mas de inútil validade para que, nas falhas mais gritantes, se percebam e se corrijam as razões da falência da sua operaciona­lização .”

Esta crítica não teve eco em José Fontelas Gomes que, contactado por O JOGO, se limitou a mostrar “indisponív­el” para comentar, na sequência de um comunicado que também o acusa de falta de coragem. “Coragem não é ser transparen­te por conveniênc­ia ou quando nos dá jeito, mas sê-lo por convicção, em todos os momentos, doa a quem doer.”

No seguimento destas críticas, surgiram outras, a Luciano Gonçalves, presidente da APAF, que foi acusado de “excesso de ruído”. “A APAF, através do seu presidente, demonstrou, mais uma vez, que não tem a mínima predisposi­ção para contribuir para a melhoria do sector, servindo apenas como veículo corporativ­o”, numa observação que também não mereceu uma resposta concreta por parte de Luciano Gonçalves. “Não quero particular­izar”, disse o dirigente, que falou, no entanto, do estado do futebol português [ler mais na página 40].

Por fim, houve ainda reparos à “passividad­e” da Liga. “O silêncio do seu presidente, Pedro Proença, incapaz de opinar e atuar sobre o terrível anátema que recai sobre a competição que organiza. Diversos agentes e entidades se comportam de forma altamente lesiva para a viabilidad­e desportiva e financeira do nosso principal campeonato, mas estranhame­nte, ou talvez não, a instituiçã­o a quem compete zelar pela prova é aquela que mais se esforça por passar despercebi­da face a qualquer problema em torno do futebol português”, dizo comunicado. Contactado por O JOGO, Pedro Proença, através do seu diretor de Comunicaçã­o, António Barroso, defendeu que a “política da Liga tem passado por não reagir ou contestar a opinião dos seus associados.”

“O clima de guerrilha, que é alimentado sempre pelos mesmos, é uma ameaça real ao futuro do nosso futebol” SAD do Braga Comunicado

 ??  ??
 ??  ?? Pedro Proença, presidente da Liga, não escapou às críticas de António Salvador
Pedro Proença, presidente da Liga, não escapou às críticas de António Salvador

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal