Braga abriu fogo
SAD minhota ataca Conselho de Arbitragem, APAF, Liga e os três grandes. Só escapa Fernando Gomes
“Esforço de transparência do CA não passa de uma operação de cosmética”
A SAD do Braga lamenta a falta de resposta aos apelos feitos depois do jogo com o Sporting. “O futebol português está demasiado comprometido na defesa do status quo vigente”, acusam os arsenalistas
O “silêncio” das instâncias do futebol português“apelos lançados” pela SAD do Braga (na sequência do jogo de Alvalade), levou a administração liderada por António Salvador a aumentar o tom das críticas, desta vez dirigidas, concretamente, ao Conselho de Arbitragem, APAF e Liga de clubes. Num extenso comunicado emitido ontem, a SAD detalhou os reparos feitos a cada um dos órgãos do futebol português, tendo começado por atacar o Conselho de Arbitragem, na pessoa do seu presidente, José Fontelas Gomes. “O Conselho de Arbitragem (CA), direta e oficialmente interpelado pela Braga SAD, mostrou-se incapaz de prestar um simples esclarecimento, refugiando-se numa entrevista do seu presidente, que se limita a confirmar o que se temia: o esforço de transparência do CA não passa de uma operação de cosmética que permite a saída dos áudios, nos momentos mais vantajosos, para embelezamento do VAR, mas de inútil validade para que, nas falhas mais gritantes, se percebam e se corrijam as razões da falência da sua operacionalização .”
Esta crítica não teve eco em José Fontelas Gomes que, contactado por O JOGO, se limitou a mostrar “indisponível” para comentar, na sequência de um comunicado que também o acusa de falta de coragem. “Coragem não é ser transparente por conveniência ou quando nos dá jeito, mas sê-lo por convicção, em todos os momentos, doa a quem doer.”
No seguimento destas críticas, surgiram outras, a Luciano Gonçalves, presidente da APAF, que foi acusado de “excesso de ruído”. “A APAF, através do seu presidente, demonstrou, mais uma vez, que não tem a mínima predisposição para contribuir para a melhoria do sector, servindo apenas como veículo corporativo”, numa observação que também não mereceu uma resposta concreta por parte de Luciano Gonçalves. “Não quero particularizar”, disse o dirigente, que falou, no entanto, do estado do futebol português [ler mais na página 40].
Por fim, houve ainda reparos à “passividade” da Liga. “O silêncio do seu presidente, Pedro Proença, incapaz de opinar e atuar sobre o terrível anátema que recai sobre a competição que organiza. Diversos agentes e entidades se comportam de forma altamente lesiva para a viabilidade desportiva e financeira do nosso principal campeonato, mas estranhamente, ou talvez não, a instituição a quem compete zelar pela prova é aquela que mais se esforça por passar despercebida face a qualquer problema em torno do futebol português”, dizo comunicado. Contactado por O JOGO, Pedro Proença, através do seu diretor de Comunicação, António Barroso, defendeu que a “política da Liga tem passado por não reagir ou contestar a opinião dos seus associados.”
“O clima de guerrilha, que é alimentado sempre pelos mesmos, é uma ameaça real ao futuro do nosso futebol” SAD do Braga Comunicado