“Que o desporto melhore a política”
O futebol pode ajudar a dar um pontapé na crise entre Angola e Portugal
Dino Paulo tem acompanhado as polémicas do futebol português e lembra que se não houver rapidamente uma alteração de comportamentos haverá desinvestimento no desporto-rei luso. De que forma Portugal pode ser importante no contexto do crescimento do jogador angolano? — Portugal tem de ser visto como um mercado importante. Falamos todos a mesma língua, temos hábitos e costumes idênticos e a adaptação para os nossos atletas é do melhor que pode existir. Também acho que Portugal deve aproximar-se mais, desenvolver maior cooperação com Angola, não só a nível de formação de quadros, mas também noutras áreas, como apoiar clubes de menor dimensão. Mesmo com os constantes incidentes diplomáticos que vão acontecendo a nível político? — A diplomacia política é uma situação; a diplomacia desportiva é outra. Desportivamente, podemos prestar um bom serviço. Aliás, até pode ser que fruto do desporto algumas situações menos boas politicamente possam melhorar. Como é que os angolanos olham para o futebol português e para o clima de permanente guerrilha entre os clubes grandes? — A rivalidade não pode criar um mau ambiente. Se estas situações permanecerem, as pessoas vão começar a inibirse de investir no futebol porque vai criar-se um clima de insegurança. Ninguém ganha com a suspeição.
“Futebol português? As pessoas vão começar a inibir-se de investir porque vai criar-se um clima de insegurança” De acordo com o diretor executivo, Portugal poderia ser importante no apoio aos clubes mais pequenos de Angola